Vereadores pedem gesto de grandeza do presidente da República

Ao sugerir para o presidente da República Michel Temer ter um gesto de grandeza pelo país e se afastar do cargo para que o Brasil chegue às eleições de 2018 com tranquilidade, por meio de uma transição constitucional, alguns vereadores da Câmara do Recife, capitaneados por André Régis (PSDB), que além de político, jurista e professor da faculdade de Direito, traçou um paralelo com a crise de 1992 com a saída de Fernando Collor de Mello e o plebiscito realizado em 1993 para definir entre Parlamentarismo, Presidencialismo ou Monarquia.

André Régis argumentou que aquele plebiscito foi ainda um resgate de uma dívida da Proclamação da República que já previa um ano depois de instaurada consulta à população para saber se o presidencialismo continuaria e que jamais fora realizado. “À época fiz ampla campanha pelo parlamentarismo, mas era difícil porque havia propaganda contrária e forte denegrindo-o em virtude de haver fracassado em 1962 com João Goulart. Era difícil convencer alguém e o erro foi consultar via plebiscito, que não permitia esclarecer direito às pessoas sobre que tipo de presidencialismo se queria. Venceu o medo do parlamentarismo”.

O vereador acha que o país perdeu oportunidade histórica de mudar de rumo e hoje temos de definir que sistema queremos, já que a política no Brasil chegou à falência. “É preciso renovação para que política volte a ser uma atividade nobre. Estamos novamente em crise e a mais profunda de todas. Na República o presidente é chefe de Governo e chefe de Estado. O presidente do Brasil está denunciado por corrupção passiva, perdendo todas as condições de continuar exercendo o cargo”.

André Régis lembrou que se pediu a Dilma Rousseff um gesto de grandeza e ela não fez, afundando a economia pela irresponsabilidade de um governo corrupto que tinha como vice Michel Temer. “Hoje venho novamente pedir um gesto de grandeza e que o PT se disputar tenha cuidado ao escolher o vice para não ter de negar mais tarde que não votou nele, embora faça parte da chapa, como agora”.

Wanderson Florêncio (PSC) disse que sabe o quanto a falta de respeito aos políticos atinge a todos que fazem política séria. Ele acha que todos devem refletir e discutir o país, qual a forma de governo que queremos e como a política pode contribuir. “Imaginamos que a saída de um governo corrupto nos daria horizonte, mas fracassamos. Também defendo um gesto de grandeza, pois o presidente atual com toda sua experiência política deveria medir seu tamanho e permitir uma transição tranquila e constitucional”.

Renato Antunes (PSC) lembrou que os políticos estão sendo rotulados por tudo o que está acontecendo e que concorda que a saída é um gesto de grandeza do presidente liberando o país, pois não há mais condições de continuar. “Esse assunto também nos compete como políticos e cidadãos e este apelo não dever ser apenas nosso, mas de toda a sociedade. Precisamos de uma transição tranquila e constitucional para 2018”.

Carlos Gueiros (PSB), ao encerrar a reunião plenária disse esperar que a imprensa repercutisse “essa nossa preocupação para além desta Casa”.

 

 

 

Em 28/06/2017 às 17h39.