Vereadores propõem diminuir consumo de plástico no Recife
Todos concordam que é preciso diminuir e até coibir o uso de plástico em geral e em especial de canudos, mas a grande questão é como fazer isso em mundo totalmente plasticizado, sem desempregar um enorme contingente. Estima-se que 10 milhões de toneladas e materiais plásticos chegam aos oceanos todos os anos, e deste cerca de 100 mil toneladas são de canudos. Em 2014 foram produzidas 311 milhões de toneladas de plástico e a expectativa é dobrar em esse número em 20 anos. Por isso o debate.
Eriberto Rafael pontuou que a audiência pública é fruto da preocupação dos quatro vereadores e da Rede Meu Recife. Daí nasceram os projetos para coibir o uso e conscientizar sobre o plástico. “Queremos pensar uma solução para reduzir o consumo e ajudar o meio ambiente. Queremos produzir um projeto de lei único e por isso a audiência pra discutir o tema”. Rinaldo Junior enfatizou que a iniciativa do debate foi da sociedade civil que procurou a Câmara, despertando para as propostas e debate na audiência. Para ele a melhoria do meio ambiente não deveria passar por uma lei, mas deveria vir do berço, de casa, da educação.
Rodrigo Coutinho lembrou que a dimensão da preocupação com o plástico se revela na presença de quatro vereadores de partidos diferentes juntos para discutir e propor soluções. “Há grandes empresas no mundo trabalhando com esse objetivo, com programas internos de redução do uso do plástico, que pode ser biodegradável. Mas é preciso dar alternativas de consumo”. Alcides Teixeira Neto informou que o mandato dele se preocupa com o meio ambiente como um todo e trabalha nas comunidades. “Precisamos cuidar desse assunto a partir de nossas casas”. Camila Fernandes, da ONG Rede Meu Recife, pontuou que discutir a proposta antes de ser votada faz toda a diferença. Ela disse que é diferente de receber o pacote pronto. “Precisamos pensar como reduzir o uso do plástico nos espaços públicos como escolas”.
Para André Zarzar, diretor do Sindicato das Indústrias de Materiais Plásticos de Pernambuco, o vilão da natureza não é plástico, mas a falta de educação e de políticas públicas educativas. “O plástico é um dos produtos cem por cento reciclável. A questão é onde e como descartar. Esse encontro é uma oportunidade da indústria contribuir para o debate e ajudar a melhorar o meio ambiente. O produto é economicamente e ecologicamente viável, basta que a sociedade seja conscientizada corretamente sobre seu uso e descarte”.
Em 31.08.2018 às 12h15.