Vereadores questionam anúncio do Plano de Mobilidade
Logo após a leitura, o vereador Carlos Gueiros (PTB) registrou sua surpresa diante da atitude do presidente e disse que os projetos só costumam se tornar públicos após a leitura em plenário. “De forma inusitada tomamos conhecimento através da imprensa. Nunca vi isso. Quero registrar em ata a minha surpresa diante desses procedimentos inusitados que agora acontecem nesta Casa”. O parlamentar, que é um dos sete integrantes da comissão especial, disse ainda que se sentia honrado em participar do grupo.
A decisão do presidente Jurandir Liberal também foi questionada pela bancada de oposição. “Estou surpresa com o que está acontecendo. Como líder da oposição e do PPS, não tive conhecimento. Faltando poucos dias para o início do recesso parlamentar, mandaram o plano e foi formada uma comissão aleatória”, frisou Vera Lopes (PPS).
A vereadora Aline Mariano (PSDB) se sentiu constrangida ao ser questionada pela imprensa sobre o assunto. “Essa Casa merecia ter sido avisada. Foi uma coletiva solitária para anunciar um plano que está sendo cobrado por todos os vereadores. Não sei como foi formada esta Comissão, mas não foi levado em consideração nem a composição partidária e nem as afinidades com o tema”. E completou. “Além disso, havia um acordo preestabelecido para que a oposição tivesse dois assentos e só tivemos um”.
Para Maré Malta (PPS), o projeto mais parece uma carta de intenções por não conter prazos e nem recursos para a execução das obras. “Para ser um plano teria que vir antes e não faltando um ano para acabar o mandato e cinco dias para começar o nosso recesso. O prefeito quer que o povo não participe das discussões”.
Liberato Costa Junior (PMDB) também não concordou com a formação da Comissão que considerou “natimorta”. "Carece de explicação a composição que o presidente fez com dois membros do PT. Além disso, colocou vereadores completamente leigos no assunto. Se quiser fazer uma coisa séria tem que procurar parlamentares ligados à temática”.
Sérgio Magalhães (PSD) destacou o papel da oposição. “É inadmissível que em uma comissão de sete membros, só tenha um da oposição. Não estou desmerecendo os outros parlamentares, mas não é sensato o que foi feito nesta Casa. A oposição é fundamental e importante e muitas horas o governo precisou dela”.
Em respostas aos questionamentos, o vereador Marcos Menezes sugeriu uma reunião da Comissão Executiva depois da reunião plenária para deliberar sobre o ato do presidente. No entanto, integrantes da bancada governista ponderaram que o encontro deveria ter a presença de Jurandir Liberal.
“Com relação à Comissão, muitos outros partidos também gostariam de estar representados. Acho que é importante conversar com a mesa e com a liderança de cada partido. Nosso presidente é sensível para entender que a Casa quer participar mais e ele vai ouvir esta Casa, mas esta discussão não pode ser feita à revelia dele”, ressaltou Luiz Eustáquio (PT).
Gilvan Cavalcanti (PMN) lembrou que a Mesa Diretora foi eleita pela maioria dos vereadores. “É preciso respeitar a decisão do presidente e não ficar discutindo coisas no plenário que foram deliberadas por ele. Devemos aguardar o seu retorno. Como parte integrante da Mesa, não vou aceitar que esta reunião seja feita sem a presença de Jurandir Liberal”.
Para Gilberto Alves (PTN), o presidente tentou dar celeridade a um projeto tão aguardado pelos parlamentares e pela sociedade. “Talvez ele tenha se equivocado na forma de conduzir e podemos abordar o assunto de forma mais ampla. Não agora, mas com a participação dele e de todos os líderes. Não vejo porque tanta pressa já que vamos entrar em recesso e só retornaremos em agosto. Acho que temos tempo suficiente para ouvir as razões do presidente e poder encontrar um caminho que atenda a um interesse maior”.
João Arraes (PSB) também pediu para esperar pelo retorno de Liberal. “É importante dialogar e discutir, mas a gente não pode atropelar o presidente desta forma. Não é a primeira vez que se adia a discussão do plano. Não devemos tomar uma decisão no calor da emoção, mas de forma correta onde todos sejam respeitados”.
Antonio Luiz Neto (PTB) lembrou que aguardar o presidente não prejudica a discussão do projeto na Casa. “O prazo para examinar a matéria é de 180 dias e a contagem só inicia quando for instalada a Comissão. Para que não tenhamos que tomar qualquer decisão que seja mal interpretada na opinião pública, faço um apelo para adiar qualquer tipo de embate”.
Marcos Menezes comunicou que vai aguardar o retorno de Jurandir Liberal para abordar este assunto com a Mesa Diretora. Em telefonema para esta assessoria, o presidente Jurandir Liberal disse que tomou conhecimento do plano na sexta-feira à tarde e que tentou dar celeridade ao assunto que já era esperado desde fevereiro, por isso conversou com os vereadores Eduardo Marques (PTB). primeiro vice-presidente, e Augusto Carreras (PV), primeiro secretário, para convocar uma entrevista coletiva.
Ele explicou ainda que para formar a comissão, seguiu os mesmos critérios usados na comissão que analisou o Plano Diretor. “Se algum vereador quiser ceder sua vaga para qualquer outro, não tem problema. Estranhei em minha ausência estas observações, já que venho negociando os nomes com os partidos desde março. Espero que esta comissão dê à sociedade a mesma resposta dada na elaboração do Plano Diretor”.
Em 04.07.11, às 18h23.