Vereadores repercutem visita a Alagoas

O acolhimento de dependentes químicos através de uma rede de comunidades e de trabalho integrado nas áreas de saúde, assistência social, educação e segurança pública foi criado há quatro anos em Maceió. Trata-se do Projeto “Acolhe Alagoas”, que chama a atenção por se contrapor à eficácia da internação compulsória para recuperação de usuários de crack e outras drogas.

Cerca de 60% dos 5.280 jovens e adolescentes atendidos de 2009 para cá foram resgatados para o convívio social e familiar. Mas o programa só é aplicado para quem busca, espontaneamente, a recuperação. A visita a Maceió, na sexta-feira 7, foi proposta do presidente da Frente Parlamentar de Combate ao Crack e outras Drogas, vereador Luiz Eustáquio (PT), e contou com 8 vereadores da Câmara do Recife, além de representantes da OAB, TJPE, Defensoria Pública e das secretarias de Saúde e Assistência Social. 

O autor do programa, deputado federal Givaldo Carimbão (PSDB-AL), disse que antes de elaborar o projeto, visitou todos os estados e mais 20 países para recolher boas ideias. Ele também é relator do projeto de lei 7.663/2010, já aprovado na  Câmara Federal, que trata do Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas. “Constatamos que 80% dos usuários de drogas chegam á cadeia. Um detento custa ao estado, por ano, R$ 150 mil. Fizemos um programa para recuperação dos dependentes químicos, que custa R$ 10 mil por pessoa”.  

A comitiva que esteve em Alagoas para conhecer o projeto contou com oito vereadores e representantes do Tribunal de Justiça de Pernambuco, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE), da Defensoria Pública e das secretarias de Saúde e da Assistência Social do Recife. Existem várias formas de chegar à Central de Acolhimento. Uma delas é através da Defensoria Pública. Mas a principal são as equipes multidisciplinares chamadas de  “Anjos da Paz”, formadas por profissionais (psicólogo, assistente social e um motorista) que vão às comunidades atendendo a chamadas telefônicas ou que dão plantões em unidades policiais nos bairros. 

Jadeval de Lima (PTN) frisou que foi observar de perto a experiência e constatou que a secretaria da paz é fruto da vontade política do governo e se mostrou a melhor forma de retirar viciados da rua, fruto do planejamento e organização. Vicente André Gomes (PSB), presidente da Câmara do Recife afirmou que jamais havia visto um programa tão eficiente como a de Alagoas. Aimée Carvalho (PSB) sugeriu que nossos governantes se empenhassem mais ainda em minimizar essa epidemia. 

Priscila Krause (DEM) disse que a eficiência do programa de Maceió era fruto de uma  decisão política de implantar uma política pública de estado capaz de inovar. Eurico Freire (PV)  frisou que estava diante de uma possibilidade de solução duradoura. Gilberto Alves (PTN) ressaltou que gostaria de conhecer de perto o programa de Alagoas e defendeu que o combate às drogas passa por uma questão de estado.

 

 Em 10.06.13, às 18h.