Vereadores repercutem ações de combate ao crack

A Rede de Combate ao Crack, lançada recentemente pelo Governo de Pernambuco, foi tema de pronunciamento do vereador Estefano Menudo (PHS) na sessão plenária desta terça-feira (01). O parlamentar destacou a importância das ações que vão reunir a colaboração da sociedade civil organizada, universidades, meios de comunicação, igreja e outras entidades. Em parceria com o Governo Federal, as ações incluem prevenção, tratamento do usuário e repressão ao tráfico.

“O Governo Estadual agora oferece condições dignas de tratamento desses dependentes, como forma de buscar uma maior eficácia no alcance dos resultados.  O entorpecente alcança cerca de 600 mil pessoas em todo o Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, há cinco anos, eram 380 mil dependentes”, ressaltou Menudo.

O assunto repercutiu entre os parlamentares. Alfredo Mariano (PSCD) disse que o combate é possível, mas para isso é preciso investir prioritariamente na educação das pessoas. “Os governos deveriam pensar em educar o povo, em educar as mães, a sociedade. Tantos milhões que se gastam com paliativos e se negam valores simbólicos para educação, não somente para o professor, mas para a família. Ou se educa nas favelas e nas comunidades ou não vamos chegar a nada, vamos gastar dinheiro em vão”.

Estefano Menudo compartilhou da mesma opinião do colega e defendeu um trabalho de base. “Insisto na importância dos Centros Sociais - hoje desativados no Recife - para garantir a educação dos jovens. Sei da necessidade de resgatar essas pessoas e espero que o governador reveja este erro cometido na gestão anterior à dele. Isso vai ser muito importante para o Estado”.

Para a vereadora Aline Mariano (PSDB) a ação deve ser feita de forma integrada. “Nem o Governo Federal nem o governador, de forma isolada, podem acabar com essa epidemia. É importante que toda a sociedade civil possa arregimentar força nesse combate”. Ela também destacou a iniciativa da Câmara em formar a Frente Parlamentar de Combate ao Crack. “Esta Casa deve ter sido uma das primeiras do País a formar uma frente dessas e temos uma agenda positiva a cumprir”.

Presidente da Frente Parlamentar, o vereador Luiz Eustáquio (PT) também destacou as conquistas do grupo. “Articulamos com a secretaria de Saúde do Recife a formação do Conselho Municipal de Álcool e Outras Drogas, que estava parado. Já conversei com o prefeito sobre a importância da Frente e do município poder realizar a sua parte. Acredito que em breve vamos poder estar apresentando um plano municipal à sociedade e a posição do Recife para poder fortalecer essa luta”.

O vereador Amaro Cipriano Maguari (PDT) defendeu a participação de entidades na construção do projeto de combate à droga. “Quem conhece os problemas da comunidade são os líderes e os presidentes de associações que podem contribuir no combate à criminalidade. Se não valorizar essas pessoas e não chamá-las para colaborar, o projeto não vai dar certo”.

Vice-líderes do Governo na Casa, os vereadores Marília Arraes (PSB) e Inácio Neto (PTN) também destacaram a importância das ações. “O crack é uma droga diferenciada porque tem se alastrado muito rápido em todo o Brasil. Por isso, acredito que a decisão do Governo de Pernambuco foi no tempo certo e em consonância também com os projetos do Governo Federal”, disse Marília. “É um combate conjunto de toda a sociedade. O governador Eduardo vai investir 55 milhões de reais em parceira com o prefeito e serão contratados mais três mil policiais para combater o crack”, ressaltou Inácio Neto. Ele garantiu ainda que o prefeito vai receber os integrantes da Frente Parlamentar, mas não determinou a data.

A vereadora Vera Lopes (PPS), que também é medica, disse que conhece de perto o drama dos pais de adolescentes viciados. “Nos plantões, vivo o drama constantemente quando chegam os pais desesperados pedindo para internar os filhos que estão destruindo as famílias e roubando para comprar a droga. Ela cria uma dependência química muito forte e temos que ter medidas de prevenção logo nos primeiros anos de escola com uma cartilha ensinando a não consumir o crack”.  A parlamentar apontou falhas no tratamento oferecido pelo município. “Precisamos de um CAPS, Centro de Atendimento Psico Social, e de uma residência terapêutica específica para o tratamento desses jovens. Não temos psiquiatras, assistentes sociais e os Caps estão desmoronando. Os jovens precisam de internação de seis a nove meses para se libertarem da dependência. Muitos querem sair do vício, mas não têm internamento”.

Em resposta à vereadora, Jairo Britto (PHS) defendeu o tratamento oferecido pelo município. “O Recife hoje tem nas comunidades os Centros com psicólogos e assistentes sociais que atendem a pessoas carentes. É uma cidade que trabalha bem e tem uma história de atenção aos menos favorecidos. A prefeitura tem um gestor comprometido. O crack vem do exterior e é preciso também fazer uma fiscalização e controle das fronteiras”.

Em 01.06.2010, às 18h40.