Vereadores repercutem declarações do prefeito na imprensa
Para ela, estamos todos nos detendo ao cronograma das obras, mas falta a leitura política dessa entrevista. “Vimos o tempo inteiro um culto ao eu, projetos políticos pessoais e brigas partidárias. Isso foi o que dominou o grande espaço da entrevista. Quem sofre com isso é a cidade do Recife. Impressionante como se antecipa o processo eleitoral de 2012. Recife não está nas prioridades, e vemos hoje novos cronogramas e novas promessas”.
Segundo a vereadora, o prefeito João da Costa tira o corpo fora dos últimos oito anos de gestão. “Ele era o ator principal de uma gestão que aí esteve e esse discurso fácil que estamos corrigindo agora, não existe. Ele fala da desordem urbana como se ele não a tivesse promovido. Em outra ocasião, acusou o próprio partido de ser um empecilho ao ordenamento porque desempregaria pessoas”.
Opinião também compartilhada pelo vereador Daniel Coelho (PV). Ele analisa que o processo eleitoral mal acabou e já se antecipa uma nova eleição. “Infelizmente a maneira como o PT vem tratando a cidade é apenas como uma ocupação política. É simplesmente a discussão da partilha do poder. Qual foi a ruptura ideológica e programática desse governo com a gestão anterior? A gente tem que começar a discutir o Recife, como a gente avança e como essa Casa pode ajudar”.
Marcos Menezes (DEM) avalia que a discussão refletida na imprensa nos últimos dias é do poder pelo poder. “A guerra no Rio é entre bandidos e polícia, aqui a gente vê uma guerra entre facções do PT que não têm um projeto para o Recife. Uma guerra por espaço de poder. O prefeito, por exemplo, deve tomar consciência de que segurança pública também é uma obrigação municipal e temos uma secretaria de Segurança Cidadã”. O parlamentar sugeriu uma reunião da bancada de Oposição para fazer um levantamento das promessas feitas pelo chefe do Executivo durante a campanha e que não estão sendo cumpridas. Ele propôs cobrar as obras na tribuna da Câmara.
Em defesa do Partido dos Trabalhadores, o vereador Osmar Ricardo (PT) disse que a legenda discute internamente suas divergências e de forma aberta. “É o nosso processo que vai para a imprensa sim. Nosso partido é o único que faz eleição de verdade e acho que merece respeito. Não há facção dentro do PT, mas grupos que divergem”.
Para a vereadora Aline Mariano (PSDB), “o prefeito diz que a oposição critica por uma questão política, mas desde o inicio já criticávamos esse modelo de gestão que não entendemos para onde vai. Politizar o debate nunca foi a nossa preocupação”.
Jairo Britto (PHS) disse que não interpretou a entrevista da mesma forma que os colegas. “Analisar entrevista é difícil porque a análise é tendenciosa. É preciso ter entendimento para fazer uma avaliação de acordo com as palavras”. O vereador disse que defendia o PT porque não conhece partido que não tenha discussões internas e diferenças. “Acho que discussão de partido é interna e deve ser feita entre seus membros. O prefeito foi muito enfático quando disse que discutir eleição, só em 2012”.
Em 30.11.10, às 17h.