Vereadores repercutem greve da sexta-feira

Parlamentares a favor e contrários à greve do dia 28 de abril se manifestaram sobre o movimento qualificando ora de desmonte de direitos dos trabalhadores, ora de imposição de sindicatos e centrais impedindo o direito das pessoas irem e virem. Ivan Moraes (PSOL), o primeiro a se pronunciar, argumentou que a grande mídia nacional parece ter tido dificuldade de falar a palavra greve geral, como se tivesse sido apenas um protesto de rodoviários ou centrais sindicais. Segundo ele as pessoas não saíram de casa, resolveram cruzar os braços. “As pessoas foram às ruas protestar contra as reformas trabalhista e previdenciária que querem acabar com direitos de trabalhadores e aposentados. O protesto no Recife foi o maior do Brasil”.

Mas André Régis (PSDB) afirmou que não poderia dizer que as pessoas não foram trabalhar porque estavam em greve uma vez que elas não tinham como chegar a seus trabalhos por não haver transporte público. “Democracia pressupõe respeito a quem quer ir trabalhar, ir e vir, ter liberdade de manifestação. Defendo o princípio Constitucional que não permite fechar ruas, rodovias, impedir que ônibus saiam de suas garagens”. Ele disse que foi as ruas para pedir o impeachment da ex-presidente, Mas foi feito ao domingos, com transporte público para quem quisesse ir ou não. “Ser contra ou a favor é legítimo, mas impedir que as pessoas tenham acesso a transporte não é adesão á greve”.

Rodrigo Coutinho (SD) acha que democracia é poder discordar. Para ele, as reformas trabalhista e previdenciária retiram direitos, mas preservam os principais como décimo terceiro, FGTS, licença-maternidade entre outros não foram mexidos. “Muitas das pessoas que foram às ruas nem sabem pelo que foram. A previdência que também é seguridade social responde por 50% das despesas do país. Dilma Rousseff defendeu estas reformas em seu segundo mandato em pronunciamentos de 1º de Maio quando era presidente. Em 2026 a previdência vai representar 76% das despesas do país”.

Marília Arraes (PT) acredita que cada um tem direito de defender um lado, mas é preciso dizer de que lado está, ter a coragem de assumir o lado. Para ela, quem está do lado de lá – a favor das reformas – defende o desmonte  de direitos conquistados em décadas. Rinaldo Júnior (PRB) afirmou que feliz daqueles que estiveram nas ruas dia 28 porque foi um momento histórico de nosso Estado, “que fez a maior manifestação do país”. O parlamentar disse ainda que se sentiu representado e acredita que reformas precisam ser feitas mas sem tirar direitos do trabalhador e essa consciência vem das ruas.

Carlos Gueiros (PSB) afirmou que quem estava nas ruas não verificou o que aconteceu nas garagens dos ônibus aonde trabalhadores queriam sair para trabalhar e eram impedidos por sindicalistas fechando os portões. “Não podemos afirmar que as pessoas não queriam ir trabalhar porque elas ficaram em casa por não terem como sair, não havia transporte para isso. As centrais e sindicatos temem na verdade serem desmontados com  a falta do  imposto sindical obrigatório”.

 

Em 02/05/2017 às 17h28.