Vereadores repercutem realização de Marcha no Recife

A Marcha da Maconha, realizada no último domingo, no Bairro do Recife, voltou a ser alvo de debates na Câmara, durante a sessão desta segunda-feira (3). Parlamentares mostraram ter opiniões diversas sobre o assunto. André Ferreira (PMDB) foi contrário à manifestação. “Ficamos estarrecidos quando vemos jovens querendo a liberação desta que já é chamada ‘erva maldita’, e que é a porta de entrada para outras drogas com o crack, a cocaína e o LSD”. O vereador Osmar Ricardo (PT) participou da Marcha e defendeu o uso da droga para fins medicinais. “Esta é uma luta mundial e mais de 200 países já reconhecem os benefícios terapêuticos da maconha”.

André Ferreira lamentou a realização da Marcha. Segundo ele, mais de cinco milhões de brasileiros com idade entre 16 e 18 anos já são usuários da droga. “A Marcha faz apologia ao uso de uma substância que é proibida não só em Pernambuco, mas em todo o Brasil. Infelizmente a Justiça pernambucana deu o direito de se realizar esta manifestação, que acaba trazendo uma ideia errada para o debate”.

Esta também é a opinião do vereador Alfredo Santana (PRB). “A Marcha não representa a democracia e nada tem a ver com os programas sociais que o Governo Lula tem incentivado ao longo destes anos. Ela surge defendendo um benefício científico, mas isso não representa o progresso da juventude”.

“A Marcha não é um encontro de marginais. Psicólogos, médicos, advogados estavam lá”, defendeu Osmar Ricardo, que participou pela primeira vez do evento. “Estou fazendo isso porque sei que a liberação trará benefícios ao nosso Estado e a todo o mundo. O álcool mata muito mais que a maconha e não sofre tanto preconceito da sociedade”. O parlamentar elogiou a atuação da polícia durante o evento. “Agiu de forma correta, não houve repressão e apenas uma pessoa foi presa por portar um cigarro (de maconha), mas liberada na delegacia. Esta é uma questão política e deve ser tratada sem preconceito”.

Em 03.05.10, às 17h15.