Vereadores são determinantes na resolução do impasse com os sem teto
Foi feito um cadastramento e se constatou que havia cerca de 35 famílias (o número ainda não é definitivo) na comunidade demolida. Entre eles, há 23 que não têm para onde ir. Essas ficarão abrigadas temporariamente nos alojamentos dos atletas do Ginásio de Esportes Geraldão e as demais foram reconduzidas para casas de familiares. Um cadastramento será feito para inclusão no programa de auxílio-moradia, podendo alguns ficar na lista de espera por apartamentos que estão em construção pela Prefeitura do Recife. “Se não fôssemos nós fazermos a interlocução, não teria o alojamento para as famílias. Entendo que foi uma vitória da Câmara Municipal do Recife, afirmou Aline Mariano.
A reunião foi realizada no prédio da Prefeitura do Recife, começou às 12h e terminou às 18h. Participaram da reunião, além dos três vereadores, o secretário municipal de Habitação, Sebastião Rufino; a secretária de Assistência Social, Niedja Queiroz; o secretário de Governo e Turismo, André Campos; a presidente da Dircon, Maria de Biase; representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública, um grupo dos moradores da comunidade e da sociedade civil, através do Movimento Social de Habitação. Durante as negociações também ficou acertado, entre o Ministério Público e Prefeitura do Recife, que uma outra comunidade vizinha à que foi demolida em Boa Viagem não será retirada do local sem que antes haja um planejamento prévio para instalação das famílias.
Ao final da reunião, Aline Mariano comentou que a Câmara Municipal do Recife dá provas de força ao intermediar conflitos e encontrar soluções para a população. “Esse é o nosso papel, levar os pedidos da população para que o Executivo tome providências. Mostramos a importância do legislativo, pois cobramos e acompanhamos as ações. Os moradores da Comunidade do Bom Jesus nos usaram como instrumento e nós cumprimos o nosso papel. Esse ainda não foi o resultado ideal, mas sem dúvida foi uma vitória”, disse. Ela e a vereadora Vera Lopes irão acompanhar o desdobramento das ações da Prefeitura do Recife nesse caso. Na primeira quinzena de junho, em data a ser marcada, elas voltarão à PCR para saber o que está sendo cumprido.
A participação do vereador Augusto Carreras foi fundamental na resolução do conflito, uma vez que os moradores da comunidade acamparam no hall da Câmara antes da reunião da PCR. "Durante a ocupação da Casa, foi preciso mantermos a cautela, pois além de homens e mulheres, tinha crianças de várias idades - até com quatro meses de vida", conta Carreras. O empenho dos vereadores em receber os moradores para conversar e buscar uma solução junto à Prefeitura foi muito relevante. "O mais imediato era proporcionar um abrigo, pois a grande maioria não tinha para onde ir. O papel da Câmara foi cumprido na interlocução da sociedade, graças ao empenho dos vereadores", analisa.
Em 25.05.2012, às 11h47