Vereadores prestam homenagens à lembrança de Eduardo Campos

O reinício das plenárias na Câmara do Recife foi marcado pela emoção dos parlamentares. Ao abrir a reunião de hoje, o presidente da Casa, vereador Vicente André Gomes (PSB) pediu a todos os presentes um minuto de silêncio pela morte trágica do ex-governador Eduardo Campos, assessores e dois pilotos, na última quarta-feira 13, em desastre aéreo, em Santos, litoral de São Paulo. Em seguida, o vereador Rogério de Lucca (PSL) pediu permissão à mesa e aos colegas para fazer uma oração.

Diversos parlamentares se sucederam na tribuna para prestar homenagens ao líder político e candidato à presidência, Eduardo Campos. Felipe Francismar (PSB), falando como membro do partido, disse que na quarta-feira “perdemos nosso maior líder, um homem que honrou os ideais do avô Miguel Arraes, o grande patrono do PSB”. Segundo ele, Eduardo resgatou a autoestima do povo pernambucano porque era um homem de atitude. “No momento em que ele tinha a oferecer Deus o levou. Mas nós vamos colocar em prática o legado e ideais dele. Somos nós os jovens como ele que vamos construir esse país. Não vamos desistir”.

Luiz Eustáquio (PT) ressaltou que essa semana foi de muito pesar, sofrimento e perda para o povo. “A perda não foi apenas da família e dos amigos, mas de todos que o admiravam. Ele era um político de gestos, silenciosos às vezes, mas sempre presente”. Michele Collins (PP) frisou que a perda de Eduardo deixou imenso vazio no país. “Acompanhamos de perto o carinho do povo brasileiro e pernambucano. Deixo minha solidariedade à família e amigos. Falo em nome do PP e destaco que tombou uma coluna de Pernambuco, mas juntos vamos fazer valer os ideais dele”.

Gilberto Alves (PTN), líder do governo na Casa, recordou uma frase que ouviu durante a espera pelo corpo de Eduardo, do Reitor da Universidade Católica, pontuando que Ele havia deixado uma imensa saudade do futuro. “Saudade na verdade do que estava por vir para o país. Eduardo era especial e estava pronto para servir. Preparou-se para isso. Entregou-se de corpo e alma ao bem do povo e sempre soube escutar, uma de suas muitas qualidades como homem e político”. Gilberto Alves também citou o comprometimento da família de Eduardo Campos com a política e frisou a importância do ex-governador para os jovens. “Ele era um vocacionado, algo raro em nosso país. 24 horas por dia, 7 dias na semana. E sua família soube participar desse projeto político. Eduardo Campos marcou muitos em minha geração e tenho certeza de que o ex-governador é um motivador para muitos jovens nesse país. Que seus ensinamentos possam viver por muito tempo nos corações dos brasileiros e pernambucanos. Viva Eduardo Campos, viva sua força, determinação e comprometimento com o povo sofrido desse país.”

Jairo Britto (PT) lembrou que foi do PSB onde militou por quatro anos. Disse que teve oportunidade de conviver próximo a Eduardo. Ressaltou qualidades dele como a determinação e competência. “Conhecia o que queria fazer e vai fazer falta na política. Precisamos nos espelhar nele e sair da mesmice”.  Jurandir Liberal (PT) lamentou o desastre que impactou a todos. “Não havia ninguém que não tenha sido tocado por esse acontecimento trágico. O PT esteve no primeiro e segundo mandato de Eduardo e fez parte do governo. Quero deixar nosso sentimento pelo companheiro e pela família das vítimas”.

Aline Mariano (PSDB) lembrou que Eduardo se transformou em uma grande liderança que soube agregar pessoas diferentes em torno dele e de seus ideais. “Deixa legado de exemplo para que a gente não desista. Mas, líderes como Eduardo não se formam fácil. Estamos órfãos de um grande líder reconhecido nacionalmente”. Aderaldo Pinto (PRTB) disse que sua vida foi marcada por acontecimentos junto a ele. “Eduardo sempre esteve perto das pessoas”.

Priscila Krause (DEM) externou solidariedade  a todos os que faleceram no acidente e leu um artigo escrito pelo pai dela, ex-governador Gustavo Krause, onde ele fala da fortaleza da mulher de Eduardo, Renata Campos, e da mãe, Ana Arraes. No texto Krause lembra que tudo já havia sido dito e bem dito. “Relembrei a memória de meu pai e a saudade. Não pude esquecer uma mãe se despedindo do filho; a mulher com força interior granítica e a leveza de uma flor por fora. Meu último contato com Eduardo foi para apresentar um projeto. Perguntei a ele quanto tempo teria e ele respondeu que todo tempo que fosse necessário. Trocamos muitas gentilezas”.

Henrique Leite (PT) frisou que aquela quarta-feira foi inesquecível para qualquer brasileiro. Disse ainda que a morte de Eduardo mexeu com o emocional de todos. “Ele tratava as pessoas como se cada uma fosse especial. Quero registrar que vai passar muito tempo para se encontrar alguém com a capacidade estratégica dele. A tragédia mostrou o quanto ele era importante para o país. Deus é maior que tudo e o chamou para outra missão”.

Rogério de Lucca trouxe uma nota de pesar de seu partido. Ele disse que o PSL também estava de luto e sentindo essa falta. Amaro Cipriano Maguari (PSB) lembrou que Eduardo tinha o dom de conciliar. “Sabia aparar arestas, convocando a todos pela construção do Estado e do país”.

Antonio Luiz Neto (PTB) lamentou a morte de Campos e ressaltou que ele representou o surgimento de uma nova liderança para o país. “Tenho o prazer em dizer que fui amigo pessoal de Eduardo. Ele tinha uma identidade muito forte, com o pensamento ligado à representação popular. Ele transformou em concreto as aspirações do povo e fez o povo voltar a sonhar. Em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, PTB, e dos vereadores Eduardo Marques e Carlos Gueiros nos solidarizamos com a família de Eduardo. A liderança surgida por ele deverá sim permitir a todos nós a possibilidade de um Brasil melhor, crescente e em desenvolvimento. As ideias dele foram concebidas e passam a pertencer à coletividade. Cabe a nós executá-las em nome do povo”.

O vereador André Régis (PSDB) lamentou a morte de Eduardo Campos e disse que em nome do Partido apresentava uma palavra de conforto à família. “Lamentamos profundamente o ocorrido e a falta de Eduardo Campos será sentida por todos nós”.  A trajetória política de Eduardo Campos  foi lembrada pela vereadora Aimée Carvalho (PSB), que destacou também os ensinamentos concedidos pelo seu avô, Miguel Arraes. “Ele era um estadista que contaminava todo mundo. Em seus discursos sempre dizia que o Brasil quer uma liderança que construa um diálogo com o Brasil, que respeite as diferenças”.

Em 18.08.2014, às 19h