Voto de aplauso a autor de livro sobre maconha é debatido na Câmara
O assunto foi primeiramente levado à tribuna pela vereadora Michele Collins (PP). Em sua intervenção, ela pediu uma reflexão dos parlamentares contra a aprovação do voto de aplauso. “Esse livro faz apologia à legalização da maconha. Como quem milita contra as drogas, sabe o mal que elas fazem e da quantidade de mães que choram todos os dias por perderem seus filhos para elas, nós queremos votar contra. Quero pedir também que esta Casa possa refletir sobre o seu voto. Ao darmos um voto de aplauso, nós dizemos que concordamos com isso.”
Ivan Moraes se dirigiu ao plenário para defender a homenagem e criticar o que chamou de “obscurantismo.” Ele mencionou a presença de Ubirajara Ramos nas galerias e exaltou o trabalho de pesquisa realizado por ele. “Sugeri um voto de aplauso, uma coisa frequente aqui, que damos para reconhecer o trabalho das pessoas e a importância do debate, da pesquisa, da ciência. Ubirajara, que veio nos prestigiar hoje nas galerias, foi à origem do proibicionismo mundial. Foi aos Estados Unidos compreender as origens da proibição. Foi à Holanda, caiu nos livros e trouxe uma pesquisa ampla de mais de 300 páginas. Seria importante que as pessoas se informassem. Não existe, na história da medicina, nenhum óbito por uso excessivo da maconha. Mas existem muitas mortes causadas pelo tráfico e pelo proibicionismo.”
O vereador André Régis (PSDB) declarou que apoiaria o requerimento por defender a liberdade de expressão. “É princípio garantido na Constituição a liberdade de expressão. Vivemos em um país onde pouca gente lê ou escreve. A homenagem que Vossa Excelência faz hoje é a um autor que tem um livro publicado e que se submete à crítica. Aprovamos votos de aplauso todos os dias. Votando a favor, não necessariamente estamos concordando com o conteúdo. Inclusive em outros momento votamos votos de repúdio ao pensamento, com o que não concordo.”
Durante a discussão, o vereador Aerto Luna (PRP) pediu vista ao requerimento ressaltando ser necessário tempo para examiná-lo. O texto deve voltar à discussão após o prazo de cinco dias corridos. “Para que, no momento, não votar nem sim, nem não, eu queria pedir vista para analisar. E para que todos possam ganhar tempo e ter um melhor entendimento para fundamentar o voto.”
Em 26.02.2018, às 16h49