Wanderson Florêncio homenageia o samba e o chorinho

O vereador Wanderson Florêncio (PSC) realizou reunião solene, na manhã desta segunda-feira, 26, em homenagem aos samba e chorinho e destacou o nome de 53 personalidades e grupos que contribuem para a cultura do samba no Recife. “O samba e o chorinho mexem com nossas emoções e têm a singularidade de traduzir sentimentos que tocam no fundo da alma, tristes ou alegres. O Recife é conhecido como a terra do frevo e do maracatu, por serem as mais genuínas expressões da cultura popular pernambucana. No entanto, o samba também se destaca e é referência na diversidade de ritmos e manifestações culturais que se desenvolveram no Estado”, disse.

A reunião solene foi presidida pelo vereador Romerinho Jatobá (PROS), que compôs a mesa com o compositor Marinelson Felix Canto e a jornalista  Yara Lima. O Hino Nacional, que é executado de praxe nessas solenidades, foi cantado pelo sambista Jamelão do Cavaco, do grupo Samba Star.  Em seu discurso, o vereador informou que o samba é um ritmo brasileiro com mais de 100 anos. “De acordo com o registro na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, a primeira composição do ritmo foi ‘Pelo Telefone’, de Donga e Mauro de Almeida. Já o Chorinho, gênero de música popular e instrumental brasileira, surgido no Rio de Janeiro em meados do século 19, pode ser considerado como a primeira música urbana tipicamente brasileira, e ao longo dos anos se transformou num dos gêneros mais prestigiados da música popular nacional, reconhecido em excelência e requinte. E, de repente, do Chorinho fez-se o samba”, disse.

Wanderson Florêncio afirmou, ainda, que o samba é considerado por muitos como o mais original dos gêneros musicais brasileiros. “Sua origem nos traz o registro de uma imensa mistura de ritmos e tradições que atravessam a história do País. Esse ritmo originou-se dos antigos batuques trazidos pelos africanos que vieram como escravos para o Brasil. Eles estavam geralmente associados a elementos religiosos que instituíam entre os negros uma espécie de comunicação ritual através da música e da dança, da percussão e dos movimentos do corpo”.

Wanderson Florêncio ressaltou que a palavra samba remete, propriamente, à diversão e à festa. “Porém, com o tempo, ela passou a significar a batalha entre especialistas no gênero, a batalha entre quem improvisava melhor os versos na roda de samba”, acrescentou. Afirmou, em seguida, que na virada do século 19 para o século 20, o samba foi se afirmando como gênero musical popular dominante nos subúrbios e, depois, nos morros cariocas. “Dois sambistas ficaram muito conhecidos nesse contexto: João da Baiana, que gravou o samba Batuque na cozinha, e Donga (Joaquim Maria dos Santos)”.

A partir de 1930, segundo o vereador, o samba ganhou grande espaço na indústria fonográfica e também foi usado pela política ditatorial de Getúlio Vargas na época do Estado Novo. “Um dos grandes estudiosos das raízes do samba também era sambista e figurou entre os nomes que se alastraram no Rio de Janeiro nos anos 1930. Seu apelido era “Almirante”, seu nome era Henrique Foreis Domingues, que depois se tornou radialista. Almirante integrou o grupo “Bando dos Tangarás” junto a Noel Rosa na Vila Isabel. Sua obra ‘No tempo de Noel Rosa’ buscava por elementos folclóricos do samba urbano, desenvolvido no Rio e relaciona esse gênero com as várias influências de outros ritmos musicais de várias partes do Brasil. Nomes como Wilson Batista, Noel Rosa, Cartola e Nelson Cavaquinho também se tornaram referência desse período”.

Wanderson Florêncio explicou, também, que desde meados da década de 50 as escolas de Samba tem grande prestígio em Pernambuco. “No passado, inúmeras pessoas tomavam as ruas para acompanhar as agremiações de Samba, que existiam inclusive, em número maior do que as agremiações do frevo. As ruas de várias cidades de Pernambuco eram enfeitadas durante a folia carnavalesca de muito samba e frevo”.

 

Em nome dos homenageados o sambista Belo Xis foi escolhido para fazer o discurso de agtradecimento. “Nosso samba lhe agradece, vereador Wanderson, pela homenagem. Ela nos fortalece. Nosso gênero musical faz parte de nossa vida, da nossa família e da nossa cultura. Todos os sambista, que estão aqui e os que não puderam vir, vão saber desta homenagem”, disse. Ele concluiu o discurso fazendo o que sabe: cantando samba. O vereador homenageou 51 pessoas ligadas ao samba e grupos que tocam o ritmo em Pernambuco. São eles:

Aborto do Cavaco. Adelmo Santo Amaro, Anderson Gomes Cavalcante (Andinho), Andersson do Carmo Gomes dos Santos, Antônio, José de Santana (Belo Xis), Bloco do Bole Bole, Chateaubriand de Santana Costa, Cristiano de Lima Galvão (Cris Galvão), Dinah Santos, Elias Paulino da Silva, Ely Peroas, Fábio Andrade, Felipe Gomes da Silva (Felipinho), Flávio Antônio dos Santos (Flavinho Melodia), Flávio Moura de Araújo (Flávio do Samba), Geraldo Vicente Romão Ferreira (Geraldinho 7 Cordas), Gerlane Maria da Costa (Gerlane Gell), Gilberto Amaral, Gracinha do Samba, Grupo de Samba Tema, Grupo Padang, Grupo Pagunça, Grupo Reino do Samba, Grupo Sambstar, Grupo Terra, Hilton de Oliveira, Ivanildo Lima do Samba, Jadion Helena dos Santos, Jaelson Luiz dos Santos (China Sambáy), Jarbas Boemia, João Cláudio, Jorge Riba, José Demóstenes Cavalcanti de Oliveira Jr, Keyla Cybelle Alves, Leidson Gomes Bacelar, Leno Simpatia, Luíza Pérola, Manuel Trajano da Silva (Manuelzinho da Gigante), Marinelson, Milla Paz,  Paulo César Mendes (Paulo Perdigão), Paulo Roberto Bezerra (Peninha), Paulo Temporal, Ramos de Oliveira, Ramos Silva, Roberto Luís Moreira (Roberto Sidando), Rodrigo Alves, Rosélio Rosendo de Santana (Neguinho da Samarina), Rubem  Franca,  Sávio Fernando Figueiredo, Selma Elias dos Santos (Selma do Samba), Wellington do Pandeiro e Yara Lima.

 

Em 26.03.2018, às 12h15.