Coutinho defende criação de espaço para ciclista no Jardim Santa Helena

Ao fazer a defesa da necessidade de instalação da ciclovia, Rodrigo Coutinho disse no plenário da Câmara Municipal do Recife que usa o seu mandato para pensar a implantação de outros modais de transporte que não dependam do carro. “Defendemos uma tendência que só pode ser instalada aos poucos, pois o uso do carro ainda é muito disseminado na sociedade. Portanto, outros modais de transportes só irão ser adotados no Recife a partir do estímulo às bicicletas, por exemplo, para o cidadão fazer seus deslocamentos”, disse. Segundo ele, se a ciclovia do Santa Helena for instalada, não só os moradores da comunidade serão beneficiados como também muitos estudantes que trafegam na região em direção à Universidade Federal de Pernambuco.

Com a construção de ciclovias e ciclofaixas nas vias do Recife, segundo o vereador, a tendência é que os espaços reservados para estacionamento de carros nos espaços urbanos sejam reduzidos. “Fala-se que o Recife dispõe atualmente de um pouco mais de 100 quilômetros de ciclovias. Queremos ampliar cada vez mais esse número”, observou. Ele lembrou que no outro extremo da cidade, no bairro de Setúbal, também há necessidade de criação de um espaço para usuários de bicicleta. “É preciso que se dê oportunidade ao ciclista, para que ele use o espaço urbano”, afirmou.

O vereador Ivan Moraes pediu aparte. Ele é responsável pela implantação de um bicicletário na Câmara Municipal do Recife e muitas vezes vem trabalhar usando a bicicleta como meio de transporte. Ivan disse que o tema das ciclofaixas e ciclovias é relevante, pois existe um planejamento da Prefeitura Municipal  do Recife de implantar 258 quilômetros desses equipamentos. Mas que a obra não está no andamento ideal. “A previsão era de que os 258 quilômetros fossem implantados entre os anos 2014 a 2024. Mas, até aqui, só foram implantados pouco mais de 100 quilômetros. Representa 38,7% do planejado”, disse.

Ivan ressaltou que esses dados são da organização Amigos do Ciclismo (Amiciclo). “Tenho que dar esse crédito, pois a Amiciclo quem fez o estudo. Essa entidade diz, também, que um dos erros cometidos na construção dessas ciclovias e ciclofaixas é que elas são instaladas de acordo com o critério do ‘onde cabe’. Não leva em conta o critério de acomodar a demanda existente nem pensa em gerar demanda nova. Da mesma forma, a Prefeitura não acompanha o quanto mudou o fluxo de ciclistas nos locais onde essas ciclovias existem. É uma política descolada da realidade e um desperdício”, afirmou.

Ao retomar a palavra, Rodrigo Coutinho lembrou que a Amiciclo tem sido grande parceira dos vereadores quando se discute a questão do transporte público no Recife. “Essa organização tem dado grandes contribuições nos nossos debates, inclusive participando ativamente das audiências públicas que realizamos”.


Em 18.02.2020, às 18h18.