Secretário de Saúde do Recife presta esclarecimentos à Câmara sobre novo coronavírus
Desde a instalação do Comitê Municipal de Resposta Rápida, que atua na contenção à covid-19, o Poder Executivo já proibiu eventos que aglomerem mais de 500 pessoas, anunciou a antecipação de férias escolares e a suspensão de equipamentos públicos como bibliotecas e Academias da Cidade. Além disso, autorizou a contratação de 189 agentes de saúde, liberou R$ 10 milhões para a compra de equipamentos de proteção individual para evitar contaminações e deu início a uma campanha de conscientização que deve distribuir mais de um milhão de cartazes e folders.
O debate com o secretário aconteceu durante a reunião plenária desta manhã -- a partir desta terça-feira, a Câmara restringe seu horário de funcionamento para o período entre as 9h e as 13h para diminuir os riscos de contágio de servidores e da população. Antes de passar a palavra a Jailson Correia, o presidente da Casa, o vereador Eduardo Marques (PSB), agradeceu ao chefe da pasta da Saúde pela visita. "Ele prontamente atendeu o pedido da Câmara Municipal do Recife, mesmo estando diretamente envolvido na condução dos trabalhos de enfrentamento ao coronavírus."
Jailson Correia demonstrou dados sobre a proliferação da doença e a atuação dos governos por meio de uma apresentação digital, e fez questão de deixar claros os riscos que a covid-19 representam para os sistemas de saúde. Até a manhã desta terça-feira, o Recife contava com 13 casos confirmados da virose e 53 casos em investigação, um deles com alta probabilidade de diagnóstico positivo. "Estamos vivendo tempos muito especiais. O momento exige reflexão e um convite à união de esforços. Tenho certeza de que o Legislativo da cidade do Recife não só já faz, como fará um trabalho importante nessa direção."
Correia não deixou de ressaltar a importância dos sistemas públicos de saúde e disse que será preciso aprender a lidar com as medidas que restringem liberdades sociais durante o período de contenção do vírus. "Quanto mais organizado o sistema público de saúde, mais protegida está a população. Em países ricos com sistemas públicos, há alta chance de agir no momento certo. E é preciso lembrar que as ações precisam ser assertivas. São medidas duras, certamente com muitos impactos, mas que têm sido elogiadas por epidemiologistas. Há um tempo de oportunidade e a necessidade de tomar decisões rápidas, o que às vezes elimina a possibilidade de ter um debate como gostaríamos. Mas um dia, dois dias, podem significar a perda de vidas."
Após as explicações do secretário, os vereadores tiveram a oportunidade de fazer comentários e questionamentos. A matéria sobre a discussão pode ser acessada neste link.
Em 17.03.2020, às 13h