Vereadores fazem perguntas sobre o novo coronavírus

Depois de uma hora e meia de palestra, em que fez uma exposição didática sobre o novo coronavírus (Covid-19), formas de contágio, ações de mitigação da pandemia no Recife e comparações com as experiências de outros países no enfrentamento à doença, o secretário de Saúde, Jailson Correia, se colocou à disposição dos vereadores para responder perguntas e tirar dúvidas. Ele esteve no plenário da Câmara Municipal, na manhã desta terça-feira (17), para compartilhar com o Poder Legislativo as ações que a Prefeitura do Recife vem adotando para conter a pandemia.

Jailson Correia conclamou as vereadoras e os vereadores a ajudarem no combate ao novo coronavírus. “Não existe representação política e pública mais alinhada com os interesses populares e com maior capilaridade de penetração, no meio do povo, do que o vereador. Por isso, eu peço o engajamento de todos e de todas no sentido de nos ajudar a divulgar as medidas que são capazes de conter o avanço do Covid-19. Somente assim, poderemos retardar o pico da doença no Recife, evitar a sobrecarga dos leitos de UTIs e mitigar a proliferação do vírus”, disse.

As medidas que estão sendo tomadas pela Prefeitura do Recife para conter a pandemia no Recife, disse Jailson Correia, “podem ser impopulares e, se não estivéssemos num momento tão grave, exigiriam um debate amplo antes de serem tomadas”. Mas ele sublinhou que “esta Casa Legislativa saberá avaliar o seu papel para unir esforços e ser multiplicadora de informações nas comunidades”. O secretário alertou que a doença exige cuidados, mas reconheceu que a população ainda continua achando que ela se trata apenas de “uma coisa distante, que os telejornais estão falando”.

O vereador Eriberto Rafael (PTC) foi o primeiro a fazer perguntas. Ele agradeceu pela presença do secretário Jailson Correia no plenário da Câmara e quis saber se a Prefeitura do Recife está trabalhando com uma data que considere ser o pico da pandemia na cidade. “A propagação da transmissão do vírus, depois dos primeiros casos, se dá em progressão. Mas acreditamos que, com as medidas que estamos tomando, vamos ganhar mais uma semana, mais 15 dias, ou quem sabe, mais um mês. Cada dia que ganharmos nessa luta é importante porque continuamos preparando as formas de enfrentamento”, respondeu.

O vereador Renato Antunes (PSC) disse que o atual momento é de construção coletiva e quis saber se as medidas para conter o vírus podem ser ampliadas. Perguntou, também, como a Prefeitura do Recife pretende levar as informações às comunidades. “A tendência é ter medidas mais efetivas nos espaços públicos.  Mas, nos espaços fechados, as consequências das aglomerações são piores. Para chegar às comunidades, estamos fazendo uma campanha e distribuiremos milhares de folhetos com informações”, afirmou.

O vereador Luiz Eustáquio (PSB) questionou sobre os cuidados que a Prefeitura do Recife está tendo com os profissionais de saúde da rede municipal e também perguntou sobre medidas de restrição nos shoppings centers. Jailson Correia respondeu que o prefeito Geraldo Julio determinou que o pessoal de saúde deve ser prioridade e  receber todas as formas de proteção. Em relação aos centros comerciais afirmou que não podia descartar medidas. “Mas também não posso anunciar aqui qualquer medida, pois elas ainda não foi validada pelo comitê”.

O vereador Ivan Moraes (PSOL) leu várias perguntas que são as mesmas que ele enviou, através de ofício do gabinete, para a Secretaria de Saúde do Recife. Entre as perguntas ele quis saber sobre número de leitos de UTI no Recife, medidas para a população carcerária e de rua; e se existe a intenção de a Prefeitura do Recife adotar hospitais de campanha. O secretário Jailson Correia disse que responderá todas as perguntas do vereador, também por ofício, tendo em vista o grande número de questionamento que Ivan Moraes fez.

A vereadora Michele Collins (PP) tratou sobre dois assuntos: onde fazer os testes ao apresentar sintomas do coronavírus e a possibilidade de levar as informações sobre a doença aos líderes de igrejas evangélicas  e católicas, para que possam repassar aos fiéis. Em resposta, o secretário afirmou que os testes podem ser feitos na rede pública e privada de saúde e que o laboratório responsável é o Lacen. Ele acatou a sugestão sobre as igrejas e disse que toda a parceria é bem vinda. Pediu, então, que, neste momento, todas as pessoas fiquem atentas e acompanhem as entrevistas coletivas concedidas pela Prefeitura.


Em 17.03.2020, às 12h55.