Câmara decreta luto oficial pelo falecimento de Ricardo Brennand

A Câmara Municipal do Recife decretou luto oficial de três dias pelo falecimento do empresário, engenheiro, colecionador e incentivador das artes Ricardo Brennand. “É com profundo pesar que recebemos a notícia da morte deste ilustre pernambucano, considerado patrono das artes. Um homem apaixonado por sua terra, por sua gente e que transformou sonhos em realidade”, lamentou o presidente da Câmara, vereador Eduardo Marques (PSB).

Ricardo Brennand morreu aos 92 anos na madrugada deste sábado (25), vítima da covid-19. Estava internado no Real Hospital Português, no Recife, há cerca de uma semana. Ele deixa a esposa, Graça Maria Monteiro Brennand, além de 8 filhos, netos e bisnetos. O corpo dele foi cremado, nesta tarde, no Cemitério Memorial Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife

Em junho do ano passado, a Câmara concedeu o Título de Cidadão do Recife ao colecionador de arte, numa iniciativa do vereador André Régis (PSDB). Na ocasião, ele agradeceu o reconhecimento ao engajamento de toda a sua trajetória e afirmou que se sentia ainda mais estimulado para continuar se dedicando ao Recife.

Biografia - Filho da Sra. Dulce e do Sr. Antônio Luiz Brennand e nascido na Usina Santo Inácio, no Cabo de Santo Agostinho, em 27 de maio de 1927, Ricardo Coimbra de Almeida Brennand fez estudos primários e secundários nos colégios Marista e Oswaldo Cruz, no Recife, e os concluiu no ano de 1945. Posteriormente, formou-se em Engenharia Industrial pela Universidade de Pernambuco em 1949, ano em que iniciou sua vida profissional trabalhando ao lado do seu pai e do seu tio, Ricardo, à frente de empresas açucareiras e de fábricas de produtos cerâmicos e refratários, de louça e porcelana de mesa.

Já na direção do Grupo Brennand, foi responsável por projetar e modernizar 19 fábricas, entre as quais a Indústria de Azulejos S.A. (1954), Vidraria Norte do Brasil e a Companhia Industrial de Vidros S.A. (1958), Céramus Bahia (1961), IASA - Bahia (1962), Mineração Geral do Nordeste S.A. (1962), Azulejos do Ceará (1968), Cimento Atol Alagoas (1972), Usina Trapiche (1975), Cimepar Paraíba (1982), Companhia de Cimentos Goiás (1991), Usina Petribú Paulista (2004) e Companhia Nacional de Cimentos (2006), dentre outras.

Nos últimos anos, participou da implantação e da operação de inúmeros projetos na área da geração hidrelétrica e eólica, na produção de cimento e no ramo imobiliário. Paralelamente às suas atividades mais recentes, concebeu e implantou grandes projetos na área cultural e social no Recife, quais sejam: o Instituto Ricardo Brennand (2002), o Instituto do Fígado de Pernambuco e o Educandário Nossa Senhora do Rosário. Além disso, tem sido um grande aliado do IMIP, referência nacional no atendimento pediátrico e de saúde da mulher, e um grande incentivador do Hospital de Câncer de Pernambuco, também referência do atendimento oncológico no país.

Fundador do Instituto Ricardo Brennand, cujas atividades foram iniciadas em setembro de 2002, Ricardo Brennand dedicou-se incansavelmente à sua administração. Construído em uma área de 77.680 metros quadrados e encravado em terras do engenho São João da Várzea, o museu é considerado um dos mais importantes da América do Sul, tendo registrado nos últimos 15 anos uma frequência de 2.550.000 visitantes.

 

Em 25.04.2020