Secretária Ana Rita Suassuna responde a questionamentos dos vereadores

A Câmara do Recife promoveu uma reunião, por videoconferência, entre os vereadores e os secretários que estão à frente do Comitê Municipal de Resposta Rápida ao Coronavírus, na tarde desta sexta-feira (17). A titular da pasta de Desenvolvimento Social da Prefeitura do Recife, Ana Rita Suassuna, esclareceu diversos questionamentos dos vereadores. A reunião teve como objetivo informar o Poder Legislativo sobre as providências que estão sendo tomadas para conter os avanços do vírus da covid-19, no momento em que o Recife anuncia ter registros de casos da doença em todos os 94 bairros. “Estamos passando por um momento muito difícil sobretudo para a Assistência Social, pois as demandas aumentaram. Para esta pandemia precisaremos de pelo menos R$ 126 milhões e não recebemos recursos do Governo Federal. Vamos usar dinheiro do Tesouro Municipal”, anunciou.

A secretária Ana Rita disse que esta pandemia “mostra uma nova face a cada instante e é preciso buscar sempre novas orientações, de acordo com os protocolos que mudam no mesmo ritmo dela. Por isso, senhores vereadores e vereadoras, queremos construir soluções em conjunto, buscar alternativas e contar com suas sugestões”. O vereador Luiz Eustáquio (PSB), que é presidente da Comissão  Interpartidária de Acompanhamento do Comitê de Crise, conduziu os debates. Fizeram perguntas os vereadores Ivan Moraes (PSol); Aline Mariano (PP); Eriberto Rafael (PP); Ana Lúcia (Republicanos); Michele Collins (PP) e Aerto Luna (PSB). Ana Rita fez um panorama da Assistência Social no Recife em várias frentes. “Todos os serviços de nossa área estão abertos e funcionando para atender à população mais vulnerável neste momento de pandemia. Funcionam normalmente e até ampliamos os atendimentos nos Cras, Creas, Centro Pop, Abrigo Nortuno, Abrigo Emergencial, restaurante popular e abordagens de pessoas com dependência química”, garantiu.

A secretaria apresentou números. Disse que até o final de abril a Prefeitura do Recife, através da Assistência Social, vai distribuir 112 mil cestas básicas para pessoas que estão precisando de apoio porque perderam renda ou emprego; e também 195 mil quentinhas, com alimentação, para a população em situação de rua. “As cestas básicas, inclusive, já começaram a ser distribuídas com as pessoas que estão no nosso cadastro único. Mas vamos ampliar essa entrega de cestas para diversas categorias, inclusive acolhendo sugestões que nos foram dadas nesta reunião. As entregas serão feitas por uma equipe grande, em postos nas seis RPAs. Quem vai receber as cestas já estão sendo informados através de cartas que dizem hora e local para pegá-las. Será uma distribuição de forma organizada e ágil, para evitar aglomeração”, disse. Ela recebeu a sugestão do vereador Eriberto Rafael para fazer uma campanha nos mercadinhos e supermercados do Recife, visando receber produtos não perecíveis por parte dos clientes das lojas. Os produtos poderão compor as futuras cestas básicas.

Ela também anotou a sugestão do vereador Ivan Moraes, no sentido de ampliar para o pessoal da área da Assistência Social os benefícios da lei municipal, aprovada esta semana, que concede pensão especial complementar aos dependentes dos servidores públicos efetivos, da área de saúde, que venham a falecer no exercício das suas atividades essenciais e presenciais de enfrentamento à pandemia da Covid-19. “Vou levar essa proposta para o Comitê Municipal de Resposta Rápida ao Coronavírus. A sugestão passa, inclusive, por esse colegiado”, disse.  Ela respondeu a questionamentos de todos os vereadores, que abordaram temas diversos como a necessidade de realização de testes rápidos para identificação de Covid-19 nos servidores da Assistência Social; novos contratos para enterros de pessoas pobres vítimas da pandemia; apoio às famílias de venezuelanos e de senegaleses que vivem no Recife em situação de vulnerabilidade; funcionamento dos contratos para produção de alimentos que são servidos nos restaurantes populares e acolhimento da população de rua.

A vereadora Michele Collins, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania,  expressou sua preocupação em relação à forma de acolhimento que está sendo dado às pessoas em situação de rua. Essas pessoas, segundo a parlamentar, passam o dia perambulando e ao anoitecer, dirigem-se para o Abrigo Noturno. “O meu temor é que esse local, que acolhe pessoas de passagem, possa se transformar numa área de foco de transmissão da Covid-19”, alertou. Ela fez essa observação depois que a secretária Ana Rita anunciou que o Abrigo Noturno tinha 20 leitos e subiu para 100 por causa da pandemia.  A secretária disse, também, que foi criado outro abrigo, o Abrigo Emergencial, que está funcionando nos fundos do Abrigo Noturno, com mais 120 leitos. O Emergencial vai acolher pessoas de rua que estejam com sintoma de gripe. “Mas, como disse no início, os demais abrigos municipais estão funcionando normalmente. São aqueles onde estão as populações de idosos e dos jovens. Eles dispõem de mais 200 leitos. Todos esses estão com acesso limitado dos funcionários.As pessoas que residem lá estão em isolamento social, como toda a população, durante a pandemia”, afirmou.

Para responder à pergunta da vereadora Michele Collins, a secretária disse  em relação ao abrigo emergencial, que  foi aberto por causa da pandemia, as pessoas que precisarem usá-lo, ficarão em quartos individuais. “Já no abrigo noturno, que acolhe uma população rotativa, os usuários se submetem aos hábitos de higiene antes de entrar” , disse.


Em 17.04.2020, às 18h37.