Aline Mariano defende adiamento de eleição e redirecionamento do fundo eleitoral

O debate sobre um possível adiamento das eleições previstas para quatro de outubro e a destinação de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) foram temas de discurso da vereadora Aline Mariano (PP) na reunião realizada nesta segunda-feira (15), de forma remota, por videoconferência. Ela defende que haja o adiamento do pleito e o consequente uso do fundo eleitoral para ações de combate ao coronavírus. “Por isso, quero convocar todos os vereadores desta Casa Legislativa para formatarmos um movimento em defesa desse adiamento. Vamos formar, através desta Câmara, uma frente para pressionarmos o Congresso Nacional. Pernambuco e o Recife sempre foram protagonistas em lutas importantes e iremos fazer prevalecer esta, que se traduz como a defesa da democracia”, disse.

A vereadora criticou os debates que vêm ocorrendo em Brasília em torno dos temas. “Infelizmente, esses assuntos estão sendo tratados em nível nacional, no Congresso, onde ninguém se entende. E isso vai terminar sobrando para nós, que ficamos na ponta e sempre somos usados como cobaias do processo político. Aqueles a quem essa matéria realmente interessa, que somos o povo e os vereadores, não estamos sendo ouvidos. Mas, não se enganem. Nós é que vamos terminar pagando esta conta”, acusou. Aline Mariano sugeriu que a frente parlamentar pode começar ouvindo a União de Vereadores de Pernambuco (UVP) e a União de Vereadores do Brasil (UVB). No Congresso Nacional, segundo a vereadora, há deputados federais e senadores que são discordantes, entre si, sobre o adiamento da eleição ou sobre a liberação dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para a saúde se houver necessidade. “Para o Congresso Nacional, aquilo que for decidido tanto faz. Mas, seria muita irresponsabilidade decidir manter a eleição para outubro sem ouvir aqueles que estarão na disputa”, observou.

De acordo com a vereadora, o fundo eleitoral está previsto em R$ 2 bilhões, mas as despesas gerais podem atingir de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões. “Em vez de gastarmos esse dinheiro para realizarmos eleições, poderíamos destinar o valor para a saúde, para ações contra a covid-19 e assim, salvar vidas. Não defendo o pleito para novembro ou dezembro. Defendo para o momento certo”, disse. Aline entende que os candidatos serão muito cobrados pela população, caso haja a eleição, pois até o momento da votação é possível que uma vacina contra a covid-19 ainda não esteja sendo usada no Brasil. “Se isso ocorrer, vamos colocar em risco a vida de muita gente. As pessoas vão dizer que nós só pensamos em política e em eleição. Mas, eu defendo vidas e a minha bandeira é a democracia”. Nesse sentido, ela convocou a Câmara Municipal para fazer a mobilização. “Somos nós, vereadores, que temos que pressionar e resolver”, disse.

O presidente da Câmara Municipal do Recife, vereador Eduardo Marques (PSB) disse que em seu nome, “e em nome da Comissão Executiva desta Casa, queremos nos colocar à sua disposição para ajudar no que for preciso em favor dessa mobilização”. O vereador André Régis (PSDB) sugeriu que a vereadora assuma um papel de protagonista nesse movimento não só em nível estadual, mas também nacional. O vereador Antônio Luiz Neto (PSB) disse que se as eleições municipais forem mantidas para outubro “vão matar não somente a democracia no País como também a população, que ficará ainda mais exposta ao contágio”. Segundo ele, as eleições de prefeito e vereador são aquelas que ele considera mais democráticas porque “esses políticos estão mais perto do povo”. O vereador Rogério de Lucca (PP) reforçou a tese do uso do dinheiro do fundo eleitoral para aquisição de vacinas contra a covid-19 e o vereador Amaro Cipriano Maguari (PSB) considerou que o discurso de Aline Mariano mostrou que ela está “preocupada com a humanidade”.


Em 25.05.2020.