André Régis volta a cobrar planejamento para reabertura da economia

Uma semana depois de ter levado à Câmara Municipal do Recife sua preocupação com a flexibilização da quarentena e a consequente reabertura da economia no período pós-pandemia da covid-19, o vereador André Régis (PSDB) voltou ao tema na reunião extraordinária realizada por videoconferência, na tarde desta terça-feira (5). “Estou preocupado com a falta de planejamento sobre essa flexibilização e com a volta da economia. Não há informações disponíveis. Nós sabemos que esse período de isolamento irá provocar um impacto muito grande, mas a Prefeitura do Recife sequer nos apresenta se haverá, ou de quanto será, a queda na arrecadação de impostos municipais. Quais os estudos e os planejamentos que estão sendo feitos para vencermos essas dificuldades?”, questionou.

O vereador sublinhou que, nessa questão, a Prefeitura do Recife vem fazendo o contrário do que se observa na gestão pública de outras grandes cidades em todo o mundo. “As prefeituras municipais têm apresentado planos de contingência nos quais oferecem informações as mais diversas. Esse não é o nosso caso. Nós não sabemos sequer qual é a projeção de infectados e de mortes com que a prefeitura vem trabalhando. Sabemos, sim, que o prefeito Geraldo Julio está enfrentando a pandemia com uma margem de segurança, mas não sabemos que margem é essa. Ou se essa segurança está sendo cumprida ou não”, criticou. André Régis afirmou, ainda, que a falta de informações pode levar a  dificuldades na hora de se definir a retomada da economia. “Simplesmente nós não sabemos para onde estamos indo. No entanto, a Prefeitura do Recife tem a obrigação de nos apresentar números. Infelizmente não temos nenhuma informação oficial nesse sentido”, disse.

André Régis ressaltou que, ao trazer esse assunto da reabertura da economia pela segunda vez à Câmara, não está necessariamente defendo a flexibilização do isolamento social. “Mas, quero, sim, participar desse debate da reabertura. Tenho incertezas quanto ao nosso futuro e por isso trago o assunto à tona pela segunda vez, pois esta preocupação não é somente minha. Há estudos de especialistas que dizem que se a cidade continuar parada até junho, o Recife sofrerá um colapso econômico. O que vem a ser esse colapso?”, indagou.

O vereador Gilberto Alves (Republicanos) pediu um aparte e parabenizou o vereador pela abordagem do tema. “Eu comungo com sua preocupação, pois realmente existe uma inquietação por parte de diversos setores. É preciso que saibamos em que termos haverá essa flexibilização, mas infelizmente não temos dados concretos sobre isso”, disse. Ele sugeriu que seja marcada uma reunião da Câmara Municipal do Recife com secretários municipais para “suscitar um debate amplo sobre esse tema com a gestão”.

Outro que fez aparte foi o vereador Eriberto Rafael (PP), líder do governo na Câmara. “Eu concordo que é preciso haver um debate mais amplo sobre a reabertura da economia, mas esse planejamento já começou. Tenho certeza de que ele será apresentado a todos, em breve. Eu, inclusive, me comprometo em trazer os dados para apresentar a todos os vereadores. Vou fazer isso”, prometeu. Ele acrescentou que há uma preocupação dos gestores em falar da reabertura da economia somente quando houver uma estratégia consolidada para o controle da covid-19 na cidade. “Por recomendação das autoridades mundiais de saúde, é preciso que a gestão pública esteja com a transmissão do vírus sob controle para falar em retomada. E isso significa, entre outras coisas, que se tenha condições de isolar pacientes que venham a dar positivo no futuro”, afirmou.

Outra medida que precede a reabertura da economia, disse Eriberto Rafael, é a disponibilidade de testes para identificação da covid 19 no futuro. “A Organização Mundial de Saúde falou que é importante estarmos prontos para minimizar os surtos quando acabar o isolamento social. Mas, para que isso ocorra, precisamos dispor de kits para a realização de testes”, adiantou. Outras duas  explicações dadas por Eriberto Rafael é que a Prefeitura do Recife, no planejamento da flexibilização do isolamento e a consequente reabertura da economia, precisará ter uma política de cuidados com possíveis importações de casos de outros Estados, assim como definir, em seus hospitais, uma quantidade de leitos em enfermarias e UTIs para atender futuras demandas de infectados pelo novo coronavírus.


Em 05.05.2020, às 15h08.