João da Costa analisa os bons indicadores do isolamento mais rígido em Pernambuco

A partir dos bons resultados obtidos em Pernambuco com o distanciamento social mais rígido adotado desde o dia 16, o vereador João da Costa (PT) anunciou que os resultados do isolamento foram positivos, pois atingiu 53,8% da população na Região Metropolitana e 66% no Recife. “O indicador foi muito bom e se mantivermos esses percentuais vamos sair mais rápido do atual momento do pico. Defendo o isolamento, se sairmos mais cedo do pico, será bem melhor”, disse o parlamentar na reunião ordinária realizada nesta segunda-feira (18), de forma remota, por videoconferência. A partir dos resultados, ele propôs uma avaliação de diversos temas correlacionados com o combate à pandemia do coronavírus no Brasil.

Para João da Costa, o País poderá ser o centro da pandemia do covid-19, brevemente. “E isso é fruto da falta de uma coordenação nacional para orientar a população sobre os riscos e formas de contágio. Também não há uma estratégia para se evitar a propagação da pandemia”, disse. Ele lembrou que muitos Estados onde hoje há poucas ocorrências da doença, ainda assim podem ter o numero aumentado devido à falta do isolamento entre os Estados. “Enquanto isso, o que está acontecendo? O ministro da Saúde foi demitido a menos de completar um mês no cargo  porque não aceitou generalizar o protocolo do uso da cloroquina. Sabemos que não existe um estudo clínico no mundo para aceitar esse protocolo para uma doença que é sistêmica”, afirmou. Segundo ele, há uma disputa política no Brasil sobre os efeitos da pandemia e sobre o tratamento, “o que agrava a situação e que pode levar o País à situação de centro da epidemia”.

O vereador aproveitou para dizer que é favorável às normas do isolamento mais rígido, mas lamentou que os motoristas de aplicativo (motoristas de Uber) não foram incluídos no decreto governamental como serviço essencial à população. “Essa categoria ficou de fora, pois foram enquadrados no rodízio de carros pelo número da placa. Mas, eles prestam um serviço igual ao do táxi. Porém, não foram tratados da mesma forma”. João da Costa lembrou que a categoria dos motoristas de aplicativos, inclusive, não foi incluída na ajuda emergencial concedida pelo governo federal. “Isso é lamentável porque a categoria não tem um rendimento. Agora, estão restritos para trabalhar. Por isso, entendo que eles deveriam ser liberados como os taxistas o são”, disse.

Outro tema abordado pelo vereador foram os questionamentos  das despesas emergenciais (sem licitação) que a Prefeitura do Recife realiza para o plano de contingência de enfrentamento à covid-19. “A discussão está sendo apresentada como se houvesse malversação do dinheiro público. As pessoas estão partindo do pressuposto de que há um roubo dos recursos e a partir dessa suposição estão fazendo o debate. É uma forma oportunistas de tratar a questão em tempos de eleição”, observou. Ele afirmou que não dá para comparar os gastos de uma cidade com os de outra, como vem se dando no caso do Recife. Enquanto a Prefeitura do Recife fez um empenho de R$ 619 milhões para enfrentamento da pandemia, a de São Paulo empenhou R$ 287 milhões. “Sabemos que um orçamento se realiza até o final do ano. E se a Prefeitura de São Paulo fez um orçamento  menor, pode ser que ela esteja negligenciando nesse enfrentamento. Precisamos tratar esse assunto de forma séria”, alertou.

João da Costa foi aparteado pelos vereadores Almir Fernando (PCdoB) e  Ivan Moraes (PSol). Almir reforçou o pedido para que os motoristas de aplicativo “tenham a mesma isonomia que foi dada aos taxistas na questão do rodízio de carros”. Ivan,por sua vez, aproveitou para questionar o êxito do rodízio de carros para reduzir o deslocamento e aumentar o isolamento social. “Acho que não deveríamos fazer um rodízio por placas, mas ser um rodízio baseado no fundamento da necessidade, no objeto do deslocamento, no destino”, disse.


Em 16.05.2020, ás 15h12.