Vereadora diz que sofre agressões nas redes sociais porque comissão interna não foi criada

A vereadora Aline Mariano (PP) denunciou que vem sofrendo agressões virtuais e desrespeitosas, através das redes sociais, desde que o plenário da Câmara Municipal se manifestou contrário à formação de uma nova comissão interna para acompanhar os gastos da Prefeitura do Recife no enfrentamento da covid-19. “Quero esclarecer que jamais fui contra a nossa atribuição parlamentar de fiscalizar as contas públicas. Essa é nossa competência, a nossa obrigação e sou a favor da transparência. Quero dizer também que não votei contra a criação da nova comissão temporária. Mas, entendo que os colegas compreenderam a importância de uma outra que já vinha funcionando com esse objetivo”, disse a vereadora, na reunião ordinária realizada nesta segunda-feira (18), de forma remota, por videoconferência.

A que já está em funcionamento é a Comissão Especial Interpartidária de Acompanhamento ao Cornavírus, criada em março, e que tem como objetivo centralizar as proposições dos vereadores no combate à pandemia, como também fiscalizar os gastos do dinheiro público nas ações de combate à covid-19. “Quando essa comissão foi criada, todos os partidos políticos que têm assento nesta Casa foram ouvidos e tiveram o direito de fazer suas indicações”, reconheceu. Aline Mariano observou que já contatou um delegado da polícia civil, especializado em crimes digitais, para fazer uma investigação que possa detectar de onde estão partindo as agressões que chegam diariamente.

No discurso, a vereadora ressaltou que sempre defendeu o fortalecimento da fiscalização dos recursos público. “É tanto que no dia 14 de abril, fui para a Imprensa pedir a agilização da prestação de contas e a criação de relatórios sobre tudo o que está sendo feito pela Prefeitura do Recife no combate à pandemia”, lembrou. Segundo ela, enquanto maior a quantidade de informação oficial recebida, mais oportunidade os vereadores terão de repassá-las para a população. Aline Mariano se comprometeu em “fazer de tudo para fortalecer a comissão que já existe, pois se eu sou atacada pelas mídias sociais,  vários vereadores também estão sendo. Nesse caso, esta Casa legislativa é atacada na sua moral e nós temos que dar uma resposta”, afirmou.

Em aparte, o vereador Amaro Cipriano Maguari (PSB) comentou que desde que a Câmara Municipal realizou a reunião e o plenário se posicionou contra a existência desta segunda comissão, a opinião pública vem se manifestando de forma negativa. “Houve um ruído de comunicação. No dia da votação em plenário, não dissemos às pessoas quem estavam assistindo à reunião por videoconferência, que já existia uma outra comissão com esse mesmo objetivo. Ficou parecendo que nós somos contra a fiscalização quando, na verdade, se essa comissão fosse formada, duas comissões iriam fazer o mesmo trabalho”.

A vereadora Michele Collins (PP), também em aparte, lembrou que além da existência de uma comissão, cada vereador já tem a prerrogativa constitucional de fazer a fiscalização, independentemente de colegiados. O vereador Luiz Eustáquio (PSB), que é presidente da Comissão Especial Interpartidária de Acompanhamento ao Cornavírus, atribuiu as agressões sofridas pela vereadora à ação das fakes news. O vereador Hélio Guabiraba (PSB), que também revelou estar sofrendo as mesmas agressões, disse que já identificou de onde elas estão partindo. “São dos grupos Endireita Pernambuco e Endireita Recife. Essas pessoas têm que ser cobradas e pagar na forma da lei”, defendeu.


Em 16.05.2020,às 15h14.