André Régis é contra retirada de busto em ponte do Recife

O requerimento 2792/2020, do vereador Ivan Moraes (PSOL), sugerindo à Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) a retirada do busto do Marechal Castelo Branco, localizado na ponte Marechal Humberto Castelo Branco, mais conhecida como ponte da Caxangá, no bairro da Caxangá, teve pedido de vista do vereador André Régis (PSDB), durante reunião ordinária da Câmara do Recife, por videoconferência. Na manhã desta segunda-feira (22). o pedido de vista, que impede a votação do requerimento nesta reunião, foi acompanhado de explicação histórica para a não retirada do busto.

André Régis fez longa explanação recorrendo à história para solicitar vista ao requerimento. Ele argumentou que a história é controversa, mas que permitir a retirada do busto do Marechal seria abrir precedente para retirada de outros monumentos do passado. “Trata-se de obscurantismo e não cabe a este Poder dizer quem teve ou não razão”.

Ele chamou a atenção para o momento atual, em que vivemos uma pandemia, com a morte de mais de 50 mil brasileiros  e criticou a volta ao passado, a 1964, “dentro de uma perspectiva de polarização e de radicalismo”. Afirmou ainda  que os historiadores são contra a reabertura do passado e de feridas causadas a muitos brasileiros de várias tendências, de  várias partes."A minha família até hoje é marcada pelo atentado terrorista de 25 de julho de 1966, no Aeroporto dos Guararapes que levou a vida de meu tio, Edson Régis, jornalista e poeta”.

André Régis acredita que a retirada do busto é falta de foco e salientou ainda que a trajetória do Marechal Castelo Branco foi importante porque determinou uma reforma nas Forças Armadas, impedindo que as mesmas participassem de política. Além disso, ele teria lutado contra o fascismo na Itália.

Renato Antunes (PSC) concordou com o pronunciamento do colega e disse que se  requerimento não tivesse tido pedido de vista, votaria contra o mesmo, por entender que é simplismo revisar a história dessa forma, sem diminuir o instrumento do requerimento. “A história é fruto da contradição. Se retirar o busto da ponte, vamos colocar o quê no lugar, uma indagação pertinente. Não podemos retirar historicidade do Recife, votaria contra para não manchar a história do Recife, que serve para refletir sobre erros e acertos”.

 

Em 22.06.2020 às 11h53.