Comissão de Planejamento Urbano discute Plano de Convivência com a Pandemia

Presidida pelo vereador Rodrigo Coutinho (SD), a Comissão de Planejamento Urbano e Obras da Câmara Municipal promoveu nesta terça-feira (2) uma reunião com o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, para tratar do Plano de Convivência com a Pandemia desenvolvido pela organização para a Prefeitura do Recife. Por meio de videoconferência, vereadores da Casa puderam tirar dúvidas sobre os dados coletados pelo Porto Digital e que vão servir para orientar uma matriz de abertura econômica da cidade em meio à crise provocada pela covid-19.

“Foi uma apresentação de extrema qualidade técnica. O dashboard mostrou como está o andamento da pandemia na nossa cidade e é importante termos essas dimensões para fazermos a discussão em plenário”, disse Coutinho a respeito do panorama em formato digital apresentado por Lucena na ocasião. “O Porto Digital é motivo de muito orgulho para o Recife”.

O parlamentar frisou que a Comissão de Planejamento Urbano vai continuar a promover debates sobre a reabertura econômica do Recife. “Vamos realizar outras reuniões com os segmentos econômicos. Hoje confirmou conosco, por exemplo, o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco, que vai representar a construção civil numa reunião com esta Comissão”.

Aos vereadores, Lucena relatou o processo de desenvolvimento do Plano. “Há três semanas, o prefeito do Recife me procurou falando da necessidade de montar um estudo científico que tomasse como base o que tem acontecido no mundo e aqui para que pudéssemos montar um Plano de Convivência com a covid-19”, disse. “Daí, surgiu a ideia de fazer uma grande central de dados de informação que auxiliasse a cidade como um todo, ajudando na tomada de decisões. Montamos uma proposta chamada de Dados e Análises para Decisões Operacionais A proposta é usar indicadores para guiar ações e avaliar os impactos e mudanças”.

Os indicadores citados pelo presidente do Porto Digital dizem respeito a dados sobre três frentes: o risco da cidade, o risco por microrregião e a matriz de prioridade de abertura de atividades. Essa matriz, que formula cenários e protocolos para a retomada econômica do Recife, foi o principal tema da reunião da Comissão.

A partir de dois eixos de análise – risco à saúde pública e impacto econômico –, a matriz calcula as médias de risco de cada atividade econômica. “Nossa proposta é trabalhar com fases. Classificamos as atividades que são muito arriscadas [para a infecção por covid-19] ou menos arriscadas, e aquelas que tem alta relevância ou menor relevância. A abertura por fases vai permitir a redução do impacto de cada abertura. Precisaremos fazer o controle o tempo todo e calcular a aglomeração de pessoas”, explicou Pierre Lucena.

O acompanhamento para a passagem para cada “fase” de reabertura levará em conta dados sobre as mudanças na pressão sobre o sistema de saúde municipal, a dinâmica local de casos de óbitos e o nível de isolamento esperado para cada um dos níveis. Foram determinadas cinco bandeiras (vermelha, laranja, amarela, verde e azul) que detalham cada um dos cenários esperados; no caso das determinações de isolamento social, por exemplo, elas variam entre 55% da população (bandeira vermelha) e livre circulação (bandeira azul).

Participaram da reunião, além de Rodrigo Coutinho, os vereadores Augusto Carreras (PSB) – que é vice-presidente da Comissão de Planejamento Urbano –, André Régis (PSDB), Gilberto Alves (Republicanos), Eriberto Rafael (PP) e Amaro Cipriano Maguari (PP). Além dos detalhes do Plano e da Matriz, os parlamentares indagaram Lucena sobre os impactos econômicos e fiscais do covid-19 no Recife.

“Não estudamos, ainda, o impacto econômico no Recife. Fomos demandados para o estudo da covid-19 e ainda temos poucas informações sobre esse impacto. Ele foi muito inesperado e a sai de qualquer padrão de avaliação e previsão”, afirmou o presidente do Porto Digital.

Lucena avaliou, no entanto, que o rombo fiscal deve ser maior para o Governo do Estado do que para a Prefeitura do Recife. Algumas das bases de arrecadação do município – que é encabeçada pelos setores de saúde, construção civil, tecnologia de informação e educação – podem ser menos afetadas pela pandemia. “Saúde não tem sido afetado, pelo contrário. A construção civil está afetada, mas tem gente trabalhando em home office. O Porto Digital não sofre perda de arrecadação, temos muitos serviços novos. Já a educação sofre perdas com cancelamentos de matrículas e pressões por descontos. No geral, o Recife vai sofrer com o comércio e com serviços de apoio, como os restaurantes”.

Em 02.06.2020, às 19h21