Comissão Especial do Coronavírus realiza debate com secretário de Educação

A Comissão Especial Interpartidária de Acompanhamento ao Coronavírus promoveu, nesta quarta-feira (10), uma reunião com o secretário municipal de Educação, Bernardo D’Almeida, para tratar do trabalho da pasta no enfrentamento à pandemia de covid-19. Presidido pelo vereador Luiz Eustáquio (PSB), o grupo mediou uma videoconferência entre parlamentares da Câmara do Recife e o gestor da pasta. A perspectiva de volta às aulas foi o principal ponto da discussão – segundo o secretário, ela só deve acontecer quando autorizada pelas autoridades sanitárias do Estado.

Ao dar início à reunião, Luiz Eustáquio destacou que a Comissão Especial tem se esforçado para avaliar o desempenho da Prefeitura na gestão da pandemia. “Estamos com esta Comissão para acompanhar todos os setores: fiscalizar o Comitê de Resposta Rápida, os hospitais, o setor de educação. Ela tem tido esse papel e toda semana recebemos um secretário para conversar sobre sua pasta de forma virtual”.

Presidente da Comissão de Educação, Cultura, Turismo e Esportes da Câmara, a vereadora Ana Lúcia (Republicanos) também participou da videoconferência. Ela foi a primeira a levantar questionamentos a respeito da possibilidade de retorno às aulas. “Sabemos que o vírus é sério e que a saúde pública foi duramente atingida. Precisamos retomar com muita responsabilidade. Precisamos traçar o pós-pandemia para a população escolar. Nossas salas de aula contêm muitos estudantes e muitos dos profissionais da educação têm doenças crônicas”.

Além de Luiz Eustáquio e Ana Lúcia, contribuíram com o debate os vereadores Aline Mariano (PP), André Régis (PSDB), Benjamim da Saúde (PSB), Eriberto Rafael (PP), Ivan Moraes (PSOL), Michele Collins (PP), Renato Antunes (PSC) e Rinaldo Junior (PSB). Além de pedir detalhes sobre o processo de retomada das creches e escolas, os parlamentares demandaram mais abertura para o diálogo com entidades do setor da educação, como o Sindicato dos Professores Rede Municipal Recife (Simpere), sobre temas como a Educação à Distância (EAD). D’Almeida se comprometeu a marcar uma data de reunião com a categoria – mas pediu que as propostas do sindicato fossem enviadas à Secretaria previamente.

Os vereadores também cobraram explicações sobre questões envolvendo atraso na entrega de kits de alimentação e a descontinuidade do programa de fornecimento de tablets criado em 2013. Outra preocupação dos representantes municipais estava relacionada à igualdade do direito à educação durante a pandemia, o que envolve resolver problemas relativos ao fornecimento de equipamentos e internet de boa qualidade e o desenvolvimento de ações específicas para alunos com deficiência.

Quanto ao atraso na entrega mensal de cestas básicas, Bernardo D’Almeida disse que o problema se deve à desistência de empresas vencedoras do pregão e à falta de alguns alimentos no mercado local em decorrência da pandemia. Entregas marcadas para esta semana serão realizadas até quarta-feira da semana que vem.

Sobre o fim do programa de tablets, o secretário afirmou que a Prefeitura prevê a continuidade do fornecimento não de tablets individuais, mas aqueles destinados às salas de aula. Bernardo D’Almeida disse que a demanda de smartphones – que seriam mais baratos que os tablets – para atender os alunos durante a crise pandêmica é de 12.200 unidades. Mas, segundo ele, os alunos que já receberam smartphones tiveram acesso a chips com internet de alta capacidade.

Um contrato que vinha sendo negociado pela Prefeitura com uma empresa multinacional teria sido frustrado por questões legais. “O preço ficou mais caro, e o gestor não pode comprar um objeto em um valor maior. Tivemos que cancelar. O plano que temos é solicitar da sociedade recifense. É o que podemos fazer agora”, justificou D’Almeida. A Prefeitura pretende arrecadar os recursos para os aparelhos com doações feitas durante os shows do 22º Baile dos Namorados do Recife, que vai acontecer de forma virtual na sexta-feira (12).

Os alunos com deficiência, acrescentou o secretário, têm acesso à política de redução de impactos de forma adequada às suas necessidades. “São mais de 200 crianças recebendo em suas residências esse apoio da Secretaria de Educação. Para cada turma com um aluno surdo, tem um professor de Libras disponível para traduzir a aula. Também adaptamos a plataforma para ela ter mais acessibilidade”.

Em 10.06.2020, às 20h