Aline Mariano se diz constrangida com a votação de projeto de lei
O projeto de lei do Executivo número 25/2020 dispõe sobre a reestruturação administrativa dos órgãos e entidades da administração direta e indireta do Município do Recife. “Como esta reforma vai afetar a futura gestão, eu só posso entender que havia outros interesses. O que estava em jogo não era exatamente uma reforma administrativa, pois é natural que todo novo gestor faça suas mudanças e adapte a máquina administrativa ao seu estilo. Para mim, esse projeto de lei foi um disfarce para que a Câmara Municipal votasse um projeto de lei, também do Executivo, e que já foi aprovado em primeira discussão, que foi o de número 24/2020. O projeto de lei 24/2020 flexibiliza as regras das Zeis e prejudica as comunidades pobres do Recife, mas o prefeito não queria se expor. Entendo que realmente era isso que estava em jogo, foi esse o real interesse”, disse a vereadora.
Aline Mariano esclareceu que iria se abster de votar no projeto de lei da reforma administrativa porque ele feria as legislações e não porque ele propunha mudar o número de secretarias municipais e empresas da administração indireta. “Não quero que meu nome fique ligado e propagado junto do povo recifense que eu votei contra uma mera reforma administrativa, mas porque a tramitação do projeto fere princípios constitucionais. Mas, ressalto que um prefeito é quem vai prestar conta de sua gestão, da máquina que vai gerenciar. Dessa forma, vou desejar a João Campos muita sorte e espero que ele copie o que foi bom na atual gestão e que mude de forma consciente aquilo que é necessário para atender aos interesses da sociedade”, disse.
Aline Mariano acrescentou que espera de João Campos que ele não deixe o poder subir a cabeça e não se isole no poder, sem querer ouvir críticas, e querendo ouvir somente elogios. “Quero dizer a João Campos que um bom gestor tem que ouvir a todos e a todas. Na hora que esse gestor perde a capacidade de ouvir, ele também perde a liderança e até mesmo o rumo. Foi o que ocorreu com Geraldo Julio. Eu era da base, mas ele perdeu a capacidade de ouvir os correligionários que iriam criticar coisas que consideravam erradas. Muitas lideranças se afastaram dele por esta razão e o resultado são as avaliações do governo”, disse.
Em 28.12.2020.