Ivan Moraes aborda vários assuntos em reunião plenária da Casa

No primeiro pronunciamento do ano na tribuna da Câmara do Recife, nesta segunda-feira (5), o vereador Ivan Moraes (PSOL) levantou diversos assuntos, entre eles, a importância de uma comunicação visual mais clara, por parte da Prefeitura do Recife, sobre o funcionamento do Mercado de São José. O espaço passa por obras de requalificação, mas segue aberto ao público, uma parte em seu local original e outra, em um anexo.

“Esta é uma obra demandada por muito tempo e por muita gente. É uma obra necessária, porque sem ela talvez a estrutura do mercado não aguentasse mais tantos anos, e que finalmente saiu, de acordo com o que demandavam os permissionários e permissionárias”, lembrou o vereador. Mas o alerta surge após uma visita feita ao local. “O que acontece hoje é que há um anexo ao mercado e há o mercado, que está parcialmente ‘tapumado’, mas continua aberto. Mas quando você chega, a primeira impressão é a de que o mercado está todo fechado”, afirmou.

Os quiosques para venda de artesanato foram transferidos para um anexo, vizinho ao mercado. Já os comerciantes que vendem carnes, peixes, cereais e artigos descartáveis permanecem dentro da estrutura original. Segundo o vereador, são eles que vêm sentindo mais dificuldades com as vendas. “Estão reclamando da diminuição de pelo menos metade do público. E é preciso lembrar que assim que acabar o Carnaval, a gente entra na Quaresma, que é a época do ano em que as pessoas que vendem pescado deveriam ganhar mais dinheiro”.

Ivan Moraes também repercutiu o anúncio da Prefeitura do Recife para contratação temporária de 20 profissionais da Assistência Social e 20 de Psicologia para atuar nas escolas da rede pública municipal. “É uma vitória capitaneada por assistentes sociais e psicólogos, que cobraram o cumprimento no Recife da Lei Federal que obriga as escolas públicas municipais a terem, além de professores, assistentes sociais e psicólogos. São mais de 330 escolas e este número de profissionais não vai dar conta desta demanda, a gente tem muitos alunos e alunas que estão precisando. Mas a gente entende que é um bom começo, e precisa enaltecer os profissionais que lutaram por isso”.

O vereador ainda lamentou a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por deixar a Escola de Sargentos que será construída no Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti (CIMNC), em Aldeia, na Zona da Mata de Pernambuco, no espaço originalmente escolhido pelo Exército. “É um empreendimento importante para o Estado, mas que poderia ser realizado naquele mesmo lugar, afastando um pouquinho, mas sem derrubar nenhuma árvore. Agora temos a perspectiva de um desmatamento de quase 100 hectares, e a gente não deveria abrir mão dessas árvores”.

Papel da oposição na Casa de José Mariano  - Em outro momento da reunião Ordinária desta segunda-feira, o vereador Ivan Moraes lamentou o fato de a oposição da Casa não ter tido a oportunidade de se pronunciar na reunião solene de Instalação da 4ª Sessão Legislativa da 18ª Legislatura realizada no último dia 1º.

“Compreendo que é preciso seguir o Regimento Interno, mas reafirmo que, no dia da Instalação, eu fui um dos vereadores que me coloquei à disposição de fala, junto com a vereadora Elaine Cristina (PSOL). Não podemos nos omitir de nos posicionarmos porque compreendemos que essa Prefeitura pode fazer muito melhor. Alguns temas precisam ser debatidos e o prefeito precisaria ter escutado. A primeira é que a gente tem uma política de cultura. Tivemos um aumento muito grande dos recursos que vieram do governo federal para a cidade e a cultura precisa que seja vista como central. Tanto no pertencimento, representação e também como elemento de emprego e renda”, argumentou.

Ivan Moraes teceu crítica à comunicação institucional e à saúde. “Ano após ano, a gestão gasta mais com propaganda, mas ela não garante o direito à comunicação. Temos uma rádio pública que tem dois transmissores velhos. A política de saúde, muitas vezes contando com recurso federal, tem duas equipes dividindo a mesma estrutura com um horário limitado para ir ao posto de saúde”, destacou. “As comunidades terapêuticas são contratadas e não estão no SUS e nem na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)”, disse.

Em seguida, ele cobrou políticas públicas que fomentem o exercício da pesca artesanal na cidade e respostas aos pedidos de informação feitas pelo seu mandato, em relação por exemplo ao Carnaval: “Qual será a providência que está sendo tomada para que as pessoas se mantenham hidratadas?”. 

No aparte, o vereador Tadeu Calheiros (Podemos) reforçou que “essa questão da hidratação é valiosa porque tivemos um caso fatal no Rio de Janeiro, recentemente, e a gente agora precisa tomar medidas precoces”. Ele se deteve, também, na questão da previdência dos servidores municipais. “O Saúde Recife está minguando todos os anos. Nessa Casa, coloquei emendas na Lei Orçamentária Anual (LOA) para que um valor fosse destinado. Está todo mundo clamando pela cobertura aos servidores”, afirmou.

Já o vereador Luiz Eustáquio (PSB) enalteceu que a gestão municipal, capitaneada pelo prefeito João Campos, é muito bem avaliada pela população recifense. “Incomoda muito a oposição ter um prefeito tão bem avaliado. Você precisava caminhar com João Campos e observar como o povo da cidade do Recife está satisfeito com ele e com o trabalho que está se desenvolvendo. Ele tem feito muitas entregas nas áreas de moradia, creche e escola, então isso realmente está deixando a oposição um pouco desnorteada. Sobre comunidade terapêutica, eu quero falar que existe política de drogas no Recife. E a política de droga que eu defendo é a do cuidado com as pessoas. E não ter droga à disposição de todo mundo”.

O vice-líder da bancada de governo, Rinaldo Junior (PSB), disse que iria trazer à tribuna, posteriormente, respostas às indagações de Ivan Moraes sobre as ações da gestão municipal. “Tem que entender que uma gestão com 80% de aprovação precisa também ser estudada e é o que eu vou mostrar, no momento oportuno. A gente está nesse momento, na época carnavalesca, e mais uma vez tenho certeza de que vai ser o maior Carnaval da história dessa cidade, gerando emprego, renda e, principalmente, alegria dos foliões e foliãs”.

O vereador Victor André Gomes (União Brasil) enalteceu o volume de obras que está ocorrendo na capital pernambucana. “O investimento na propaganda da Prefeitura do Recife existe porque se tem o que mostrar. Aliado a isso, nós temos mais de 80 grandes obras de infraestrutura nas barreiras da nossa cidade, sejam construções de muros de arrimo ou instalações de geomanta.  Isso em apenas três anos de gestão do prefeito João Campos. Temos também a instalação de 500 novos corrimãos em todas as extensões de escadarias, 800 novas construções de escadarias todas em regiões periféricas. São 47,2 km de novas ciclovias e ciclofaixas de extensão na cidade”.

Ao final do debate, o presidente da Câmara Municipal do Recife, vereador Romerinho Jatobá (PSB), fez questão de esclarecer sobre o fato da oposição não ter o momento de fala na tribuna durante a reunião solene de instalação dos trabalhos legislativos, no último dia 1º de fevereiro. “Quando Ivan Moraes lamentou a ausência de alguém da oposição e fez referência ao Regimento Interno, de fato, nós seguimos o que diz o Regimento. Nós não barramos nenhuma fala da oposição”, ressaltou. “O líder não estava presente e o vice-líder também não estava. E o Regimento é muito claro. Vossa Excelência até debateu que a gente pudesse ser benevolente e abrir espaço para uma fala. Mas a oposição, principalmente, cobra muito para que nós sejamos seguidores do Regimento, então não podemos ser seguidores somente em parte nas nossas reuniões”.

Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife sobre críticas à gestão municipal.

Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife sobre comunicação mais clara sobre o Mercado de São José.

Em 05.02.2024