Liana Cirne diz ter protocolado notícia-crime contra deputada federal

A vereadora Liana Cirne (PT) informou, durante a reunião plenária da Câmara do Recife desta terça-feira (26), ter protocolado uma notícia-crime junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pelo crime de atentado à soberania nacional. “É um dos crimes que está no capítulo dos crimes contra a democracia e que veio a substituir a Lei de Segurança Nacional, o que era mais do que necessário”, disse. Liana Cirne aproveitou para explicar publicamente o questionamento de um outro parlamentar sobre qual crime o ex-presidente Jair Bolsonaro teria cometido “ao buscar asilo na embaixada da Hungria”, como noticiado ontem pelo jornal internacional The New York Times.

Sobre a notícia-crime, a vereadora Liana Cirne explicou ter protocolado o pedido porque a deputada federal teria praticado “o crime [contra a soberania nacional] quando protocolou um pedido de impeachment do presidente Lula atendendo a interesses de estado estrangeiro”. Ela disse que o pedido de impeachment foi feito após a fala do presidente Lula sobre o conflito entre Israel e a Palestina durante reunião da Cúpula das Nações. “Ela protocolou o pedido em fevereiro, e faz mais de 100 citações ao governo de Israel, repetindo as palavras em ipsis litteris do líder do parlamento em Israel em relação a quem faz inúmeras acusações diretas de que o Brasil estaria endossando a prática de terrorismo”, afirmou. 

A parlamentar disse que as acusações feitas pela deputada federal são graves. “Ela trai o próprio país pela vantagem eleitoral de ser adversária política do governo Lula. Mas o que ela fez ultrapassa o campo da oposição. Nós, aqui na Casa, convivemos com a oposição de modo saudável, temos incontáveis divergências, mas em momento algum nenhum de nós atenta contra os interesses do Recife. Então, com base em uma série de indícios, que eu e Victor Fialho pesquisamos, protocolamos junto ao STF uma notícia-crime para que ela [a deputada federa Carla Zambelli] seja investigada por atentado à soberania nacional. O que se fez não é oposição, foi traição aos direitos da pátria e, por isso, espero que ela seja punida”. 

O ex-presidente Jair Bolsonaro - Com relação à resposta pública que a vereadora Liana Cirne deu sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro ao questionamento de um outro parlamentar,  se o ex-presidente teria cometido crime ao ter ficado durante dois dias na Embaixada da Hungria, em Brasília. Na tribuna, ela explicou que “naturalmente, não configura crime", mas que "Bolsonaro, hoje, responde por vários crimes”, e que a ação serviu como atenuante. 

A vereadora citou as infrações que o ex-presidente está sendo investigado e detalhou o motivo que faz a ação dele configurar mais um crime. “Ir até uma embaixada não configura crime, mas, de acordo com o artigo 312 do Código de Processo Penal, acerca da possibilidade de prisão preventiva, buscar asilo político em embaixada de país estrangeiro configura tentativa de fuga, que é a principal hipótese para a configuração do cabimento da prisão preventiva”, explicou. “Com os vídeos divulgados pelo jornal New York Times, foi uma tentativa de fuga de acordo com o STJ, que respalda e configura a hipótese de prisão preventiva para aquele que responde a um processo criminal, o que é o caso”, detalhou.

Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife.

Em 26.03.2024