Saúde Recife é tema de audiência pública
A audiência pública, segundo Osmar Ricardo, tem como objetivo discutir o funcionamento, a eficiência, a oferta de serviços e demais temas relativos à saúde dos servidores. Ele citou o déficit que o Saúde Recife tem e ressaltou o valor do diálogo para sancionar os problemas. “A ideia partiu dos servidores que no dia a dia reclamam do atendimento. O déficit está, hoje, na ordem de R$ 63 milhões de reais e precisamos chegar a uma solução. E a solução não é aumentar a alíquota. É um debate que precisa ser feito com todas as áreas”.
Diego Simões, representante do Saúde Recife, disse que toda a equipe vem se esforçado para oferecer um melhor serviço para todos os usuários. “Estamos para escutar todas as categorias e a população. Nossa gestão começou há 10 meses e o problema é o recurso financeiro. Arrecadamos pouco. O presidente Marconi Muzzio e toda a equipe estão na luta diária para tentar dar uma solução ou, pelo menos, diminuir o transtorno para o servidor no dia a dia. Entendemos que o Saúde Recife realmente tem seus problemas, suas ânsias e o judiciário trata a gente como um plano de saúde. Mas não somos. Somos uma assistência ao servidor”.
Lúcia Miranda, representante do Sindicato dos Servidores Municipais do Recife (SINDSEPRE), disse que defendia pontos como o aumento da rede credenciada e citou que o atendimento ao servidor e à servidora precisa de ajustes. “O atendimento ao servidor não está sendo conivente com a saúde de qualidade para que ele possa exercer as funções devidamente e atender melhor a cidade. É para isso que estamos aqui: para lutar pelo Saúde Recife, reclamar, reivindicar e propor melhoria na assistência com direito a todos e a todas. Nós acreditamos num plano de saúde de qualidade e vamos lutar por ele. Continuaremos juntos para dizer que dessa forma não dá”.
Carmen Dolores, do Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife (SIMPERE), disse que o Saúde Recife está passando pela sua maior crise e detalhou os problemas que estão ocorrendo. “Até agora, não foi apresentado um plano emergencial para resolver alguns problemas que, infelizmente, têm piorado cada vez mais. O Saúde Recife tem R$ 1 milhão de reais de prejuízo mensal. Então, é uma assistência deficitária. Duas medidas são fundamentais: abrir novas adesões e a gestão municipal cobrar dívidas que não são pagas ao Saúde Recife. Temos outros problemas como o número insuficiente de duas consultas mensais, 21 dias para autorização de exames e o número deficiente de médicos especialistas. Qualquer pessoa que adoecer após 18h tem que ir à Paulista ou Jaboatão, correndo o risco de não ser atendido por não ter especialista. Queremos novas adesões já”.
Eduardo Magalhães, representando o Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (CREMEPE), disse que já houve várias reuniões com o Saúde Recife e detalhou as dificuldades de pacientes. “O Recife tem basicamente dois produtos que se distinguem de uma forma importante: a parte da Previdência que é superavitária e a parte da Saúde, que é completamente o contrário. Como médico e que presta atendimento ao Saúde Recife, a gente vê essas dificuldades relatadas por todos aqui. São cirurgias marcadas e, quando vamos operar o paciente, o hospital já não tem mais o credenciamento. O Saúde Recife ainda tem uma dificuldade maior do que o Sassepe (dos servidores do Estado de Pernambuco) porque o Sassepe tem uma rede própria e o Saúde Recife não tem”.
O vereador Tadeu Calheiros (Podemos) defendeu que é necessária uma luta por melhores condições do Saúde Recife e que o Poder Executivo poderia alocar recursos. “Eu acredito demais no poder da mobilização e precisamos nos mobilizar para termos uma saúde melhor. Usuários, servidores e prestadores estão sofrendo com a falta de uma decisão política. A conta não fecha e está muito claro que é preciso discutir. E cabe a nós, que estamos na política e nos órgãos públicos, direcionarmos ao Poder Executivo quais são as suas melhores opções de alocar recursos”.
Gizelle Menezes Cabrera, advogada do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Pernambuco (SINDSEP), disse que a união dos servidores é muito importante para conseguir atender as demandas do Saúde Recife. “Enquanto o Saúde Recife não puder se sustentar, o Poder Executivo tem que complementar o pagamento. Isso está na legislação. A união dos servidores é muito importante. Muitas pessoas vão ao nosso plantão reclamar, mas não adianta reclamações pontuais se não fazem uma movimentação grande com todos os servidores e servidoras participando e exigindo mudanças. Sem união, não chegaremos a lugar nenhum”.
Andréa Batista, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), enalteceu a questão das novas adesões e afirmou que a gestão municipal pode ajudar com recursos visando melhorar o Saúde Recife. “A abertura das novas adesões é extremamente importante porque além de professores novos, nós temos outros servidores (principalmente da categoria da saúde) que querem aderir e estão fazendo sua adesão pelos sindicatos por meio judicial. A gente precisa que o prefeito João Campos possa, de alguma forma, dar uma maior contrapartida para financiar o Saúde Recife”.
Solon Silva Filho, representante do Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE), detalhou a situação do Saúde Recife e ressaltou que o usuário precisa do atendimento. “Pelo menos, a metade das pessoas cadastradas no Saúde Recife é titular (formada por servidores públicos) e a outra metade é dos dependentes. Existe uma conta que não fecha porque a arrecadação não é suficiente para bancar o serviço prestado. Há um déficit mensal que precisa ser resolvido. É preciso também prestar assistência ao servidor porque, do jeito que está, não acontece. Eu sei que aquela prestação do serviço não está acontecendo porque o prestador na ponta não recebe por não existir recurso suficiente para pagar”.
O vereador Luiz Eustáquio (PSB) disse que é necessário ter uma assistência à saúde com qualidade e considerou a luta justa. “Está correto lutar pelo seu direito e a saúde é muito valorosa. Na Casa de José Mariano estaremos sempre do lado dos trabalhadores e trabalhadoras porque essa é uma luta justa e verdadeira”. Já a vereadora Liana Cirne (PT) defendeu que os servidores precisam de um Saúde Recife com eficiência. “O que a gente quer é uma mudança na decisão política que hoje é pela precarização do Saúde Recife. Que seja uma mudança de investimento e de compreensão de que os servidores e servidoras merecem um sistema de saúde digno até porque a gente precisa dos nossos servidores com saúde e qualidade de vida para prestar bons serviços à população”.
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Em 08.03.2024