Solenidade na Câmara presta homenagem a mulheres

Em seu pronunciamento na tribuna do plenário da Câmara, Ana Lúcia salientou a importância de colocar o trabalho feminino em evidência e disse que cerca de 85% de seu gabinete é composto por mulheres. “Eu acredito muito que quando uma mulher ocupa um espaço de poder, ela precisa trazer outras mulheres. Ela precisa dar visibilidade. Se não, fica ainda mais difícil para nós, para as nossas causas, para as nossas lutas, para as políticas públicas que a gente quer alcançar”.

A parlamentar frisou, ainda, que é preciso reconhecer a existência da rede de mulheres que fazem os avanços acontecerem. “A gente não está sozinho em lugar nenhum. A gente está sempre de mãos dadas com isso. O problema está em que depois que a gente caminha uma, duas, três milhas, a gente às vezes esquece de quem esteve aqui do lado, aqui no outro lado, à frente ou atrás nos dando as mãos ou fazendo algo para a gente”.

Após a exibição de um vídeo sobre o Dia Internacional da Mulher e da entrega de certificados às 37 homenageadas, a cantora Cristina Amaral fez uma apresentação musical no plenário. O evento também contou com uma apresentação dos passistas de frevo Victor Martins e Vilka Dias.

Presente na mesa de honra, a procuradora federal da Advocacia-Geral da União Fabiana Augusta de Araújo representou as homenageadas na reunião solene. Ao ocupar a tribuna, ela refletiu sobre as violências e desafios que ainda impedem as mulheres de acessarem os seus direitos plenamente. No discurso, a procuradora também destacou a necessidade de compreender a luta das mulheres como uma construção coletiva.

“Todas nós fomos, de alguma maneira, amparadas por mulheres que nos antecederam. Por nossas mães, nossas avós, nossas amigas, companheiras. Sempre existe uma mulher ao nosso lado. E, na minha vida, eu tive a sorte de ter uma mãe extremamente forte e que me ensina a me tornar mulher, porque tornar-se mulher é um ato perene”, afirmou. “O que eu sei é que nós temos antepassadas. E essas antepassadas abriram os caminhos para nós. Nós somos herdeiras dessas antepassadas e nós, hoje, temos obrigação de, com esta homenagem, entendermos que também nós seremos antepassadas das nossas herdeiras. Nós também temos obrigação de abrir caminhos, de ocupar espaços, de estarmos presentes em tudo que formos convidadas, em tudo que pudermos ir”.

Além de Araújo, fizeram parte da mesa a secretária da Mulher do Recife, Glauce Medeiros; a presidente da Associação do Ministério Público de Pernambuco (AMPPE), Deluse Amaral; a gerente de jornalismo Roberta Aureliano, que também discursou na tribuna; a cônsul-honorária da Costa do Marfim no Recife, Giovanna de Melo Pessoa; a diretora financeira do Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer de Pernambuco (GAC-PE), Divamar Albuquerque; policial rodoviária e presidente da Comissão Regional de Direitos Humanos do órgão, Priscila Villanueva.

Em suas palavras de encerramento, a vereadora Natália de Menudo discorreu sobre as dificuldades ainda enfrentadas pelas mulheres, em especial aquelas que alcançam espaços de destaque. “Cada uma que está aqui hoje tem as suas lutas, as suas dores, as suas conquistas e a sua história. Nunca deixem ninguém invalidar a história de vocês. Cada uma sabe o que sofreu e o que lutou para chegar onde está hoje. Sabemos que ainda vivemos em uma sociedade completamente machista e que, muitas vezes, a gente tem que estar provando todos os dias que nós somos, sim, capazes de exercer esse papel – que nós somos, sim capazes de estarmos em posições de decisão”.

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Em 21.03.2024