Wilka Pinto Vilela é a mais nova cidadã recifense

Natural de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, a juíza de Direito Wilka Pinto Vilela recebeu o Título de Cidadã do Recife na noite desta quinta-feira (21), em reunião solene realizada na Câmara Municipal, por iniciativa da vereadora Aline Mariano (PP). "Sentimos muita emoção em momentos como esse de agora: ver esta Casa conceder a uma mulher de destaque o título de cidadania pelos relevantes serviços prestados à nossa sociedade", disse a parlamentar. O plenário ficou repleto de amigos, familiares e autoridades do mundo jurídico. A reunião solene foi presidida pelo vereador Samuel Salazar (MDB).

Na Mesa de Honra da solenidade, o desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Evandro Magalhães; o desembargador do TJPE, Jones Figueirêdo Alves; o subprocurador-geral do Trabalho, Waldir Bitu Filho; o advogado e pai da homenageada, José Pinto Vilela; e a prima e delegada da homenageada, Verônica Azevedo. 

A vereadora Aline Mariano ocupou a tribuna e discorreu sobre a vida da juíza Wilka Pinto Vilela. Falou da sua infância na capital pernambucana, onde chegou com a família aos cinco anos de idade, e de seus anos de estudo e dedicação para solidificar uma extensa carreira profissional. A homenageada, atualmente, é Titular da 5ª Vara de Família, Interditos e Registro Civil do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco e  professora universitária de Direito de Família. "Vivemos em pleno século 21, em uma sociedade que guarda ranços históricos patriarcais, onde o caminho a ser trilhado por uma mulher até o sucesso tem mais dificuldades e preconceitos que o mesmo caminho a ser trilhado pelo homem".

Mas, afirmou a vereadora, os desafios enfrentados foram superados pela certeza da vocação. "O caminho até a magistratura nunca é fácil, e ninguém disse que seria. Era preciso ter vocação para servir, ter foco de estudar e se preparar para todas as etapas que estavam por vir".  A homenageada cursou Direito na Universidade Católica de Pernambuco e iniciou a sua vida como juíza da Comarca de João Alfredo. Foi promovida para juíza em Glória do Goitá, onde ficou de 2004 a 2012. Por dois anos, esteve à frente da Vara da Fazenda Pública de Jaboatão dos Guararapes.

A vereadora destacou, também, os fortes laços que unem a homenageada ao Recife: além de constituir a sua família na capital pernambucana, ela empenha seu trabalho e sensibilidade no cuidado com outras famílias. "Trabalhar diretamente com o direito da família também é trabalhar com sentimentos e valores mais sagrados possíveis para a maioria dos seres humanos. Ser justo ao julgar e proferir sentenças em casos de família é ter sensibilidade e empatia para entender os litígios e problemas das famílias, de pessoas que vossa excelência nem chegou a conhecer na essência. Nós todos sabemos que ser justo exige demais de um magistrado, é entrar no ambiente de julgamento e ter, a todo instante, o cuidado e a atenção a todos os mínimos detalhes, e você faz isso com excelência". Em seguida Aline Mariano entregou o Título de Cidadã do Recife para Wilka Pinto Vilela.

A mais nova cidadã recifense agradeceu o reconhecimento prestado. Lembrou daquela viagem de trem que lhe trouxe, com a sua família,  de Garanhuns para o Recife. "Meu pai era chefe da estação e a gente veio de trem e eu achava linda aquela viagem, que acabei fazendo muitas vezes para visitar meus avós e tios", disse. "Ao chegar aqui hoje, um filme passou na minha mente e no meu coração sobre tudo o que eu vivi. Esse Título para mim é muito significativo".

Emocionada, ela contou que à alegria da infância, aos amigos e aos estudos sempre esteve presente uma forte inspiração: o seu pai, José Pinto Vilela.  "Foi a coisa mais linda do mundo vê-lo sonhar". Ele trabalhava durante o dia e estudava Direito à noite, até se aposentar do antigo trabalho e começar a advogar, o que fez durante 30 anos. "Que grande pai ele é e que grande mãe eu tive" salientou.

Afirmando-se com um grande coração "que gosta de pessoas" e de estar a serviço da paz social, Wilka Pinto Vilela se disse muito satisfeita quando em 2014 foi transferida para a  Vara da Família da Capital. "Ao juiz é dado aplicar a lei através de despachos, decisões e sentenças. E a paz social fica aonde? A gente tem que olhar para o social e aplicar a jurisprudência. A sociedade traz matérias que vamos trabalhar, como o casamento homoafetivo, a alienação parental, a guarda compartilhada. Na matéria do direito da família, dentro dos outros métodos de resolução de conflitos, a gente pode colocar terapia".

Ela lembrou de algumas contribuições que deu em casos conflituosos que resultaram em resoluções pacíficas para as partes e do olhar atento na busca para amenizar o sofrimento dos filhos durante o divórcio. São desafios que estimulam a mais nova cidadã recifense. " Eu ainda tenho muito a fazer, até quando Deus quiser, eu estou à disposição Dele para continuar a caminhada".

Então, a boa música regional tomou conta do plenário da Casa de José Mariano, ao som da sanfona de Cezzinha, contando com a participação da juíza Wilka Pinto Vilela e da  vereadora Aline Mariano. Na reunião solene também teve a exibição de um vídeo sobre a vida da homenageada.

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Em 21.03.2024