Ana Lúcia discute requerimento que pede criação de centro de referência para pessoas autistas

A vereadora Ana Lúcia discutiu, durante a reunião Ordinária da Câmara do Recife desta segunda-feira (8), o requerimento de número 2.709/2024, de autoria do vereador Paulo Muniz (PL), que pede a criação de um centro de referência para o atendimento da pessoa autista. Segundo a parlamentar, o atendimento multidisciplinar e as terapias para pessoas autistas são importantes para que elas tenham um melhor desenvolvimento e maior independência.

Durante o seu discurso, a vereadora Ana Lúcia mencionou que há um projeto de lei de sua autoria, que tramita na Câmara Municipal do Recife, e que pede a criação de um centro com múltiplas especialidades para as crianças autistas. Esse centro é semelhante ao do requerimento do vereador Paulo Muniz. “É importante a criação de um centro para que todas as crianças do Recife possam ter, em um único local, todas as terapias que elas precisam. Isso facilita muito para as famílias e para as mães. Precisamos vencer os preconceitos das falas e nos aproximarmos cada vez mais das famílias que se encontram em busca de atendimento. Também precisamos do fortalecimento da rede de saúde, com equipe multiprofissional, mas, especificamente, na neurologia”.

De acordo com a parlamentar, a Policlínica Lessa de Andrade, na Madalena, é o único centro no Recife que realiza o “atendimento global” para o Transtorno do Espectro Autista. “A gente precisa entender que o TEA não é uma doença. Você está dentro do transtorno. Autismo não pega. A gente precisa dizer que o laudo não é o instrumento mais importante para a inclusão e, sim, o acolhimento. Esse, sim, é o mais importante. O laudo vai direcionar essas famílias para que possam ir em busca das terapias e que os filhos tenham autonomia. É possível se construir a autonomia com todas as crianças e adolescentes, e também fortalecer a inclusão da pessoa adulta. Já existe até uma associação específica para adultos autistas”, informou. 

A vereadora contou ter participado de uma jornada realizada pela Associação Afeto, que trabalha em prol do bem-estar e tratamento da pessoa com autismo. “É importante que a gente diga, aqui na tribuna, que o conhecimento é o melhor guia. Quando o professor conhece mais, quando a família abre as portas para o atendimento nas unidades de saúde, ela começa a conhecer mais. Têm famílias com criança que está dentro do transtorno, tem determinado comportamento e é tratado como birra. Isso é falta de conhecimento. Além disso, existem as pessoas de fora que também julgam as famílias”, relatou. 

Ana Lúcia exaltou, ainda, o Núcleo de Desenvolvimento Integral da UPAE do Ibura, divulgado recentemente pelo prefeito João Campos. “Esse Núcleo fortalece ainda mais uma rede de acolhimento. O ideal é que cada UPAE tenha um centro de acolhimento específico, onde as famílias vão encontrar as terapias, porque até as que têm condições financeiras têm o atendimento negado pelo plano de saúde. Agora, três mil crianças de zero a 14 anos terão atendimento, serão avaliadas, laudadas e terão acompanhamento nas terapias. Que o prefeito tenha a sensibilidade de ampliar isso”. 

Em aparte, o vereador Victor André Gomes (PV) abordou um projeto de lei Ordinária de sua autoria, o de número 294/2023, que pede o fim do prazo de validade do laudo médico para o Transtorno do Espectro Autista. “Ele tem o intuito de acabar com o prazo para a atualização dos laudos. É um projeto focado no TEA, porque têm famílias que passam cerca de dois anos para conseguir um laudo e, após conquistar,  você precisa renová-lo. O projeto pede que, a partir do momento que você conquista o laudo, não é mais preciso renová-lo”.

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Em 08.04.2024.