Cida Pedrosa apela à PM para que sejam devolvidos materiais apreendidos na Galeria Lama

Na manhã desta terça-feira (2), a vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) subiu à tribuna da Câmara Municipal do Recife, durante a reunião plenária, para defender o requerimento nº 2678/2024, de sua autoria, formulando apelo à Polícia Militar de Pernambuco para que sejam devolvidos aos profissionais de grafite os materiais apreendidos em ação na Galeria Lama, nas dependências do Edifício de Douro, no bairro Santo Antônio, realizada no último dia 27 de março.

“Eu subo à tribuna para defender o requerimento que é absolutamente importante para quem faz cultura nessa cidade e para quem acredita que os artistas têm que ser respeitados. Surpreendam-se, senhoras e senhoras, que no Dia do Grafite, uma das linguagens ligadas diretamente à cultura hip-hop, a Polícia Militar de Pernambuco invadiu a Galeria Lama que é sinônimo de resistência, não só do grafite como também dos jovens artistas visuais de Pernambuco. Eles invadiram e fizeram o que eles chamam de baculejo e revistaram de forma absolutamente arbitrária um evento particular de comemoração”.

A parlamentar lamentou a ação da Polícia Militar de Pernambuco e pediu para que a corporação devolva as tintas aos artistas. “Não se surpreendam que era desse jeito [da Polícia Militar de Pernambuco] que a ditadura militar fazia: impedia as garantias individuais, reuniões e celebrações. Eu gostaria de saber se fosse numa reunião de jovens brancos que tivessem diante de uma Galeria em Boa Viagem, Aflitos, Casa Forte ou Espinheiro, se seria invadida e as pessoas revistadas. Precisamos dar um basta. Precisamos devolver todos os potes de tinta quem foram apreendidos dos jovens pintores. As tintas são caríssimas e são instrumentos de trabalho dessas pessoas”.

Cida Pedrosa também ressaltou que haverá uma reunião solene em homenagem ao hip-hop e que tramita um projeto de lei, de sua autoria, que tratará o ritmo como patrimônio cultural imaterial. “Haverá uma reunião solene em homenagem ao hip-hop e está tramitando, nas Comissões dessa Casa, um projeto de lei para transformar o ritmo em patrimônio cultural imaterial da nossa cidade.  Quem sabe assim, e talvez após uma lei, diminuam as perseguições àqueles que dançam break, aos que pintam nossa cidade, que batalham com poesia e que são os nossos dj’s. Que os pilares do hip-hop se espalhem na nossa cidade. Sabe por que? Porque em qualquer espaço-tempo em que a cultura vingue, nasça, cresça e floresça é o espaço-tempo da paz e da fraternidade entre as pessoas e os povos. É a cultura que nos afasta daquilo que a gente chama de mesmice do cotidiano. É a cultura que nos humaniza”.

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Em 02.04.2024