Cida Pedrosa apela à PM para que sejam devolvidos materiais apreendidos na Galeria Lama
“Eu subo à tribuna para defender o requerimento que é absolutamente importante para quem faz cultura nessa cidade e para quem acredita que os artistas têm que ser respeitados. Surpreendam-se, senhoras e senhoras, que no Dia do Grafite, uma das linguagens ligadas diretamente à cultura hip-hop, a Polícia Militar de Pernambuco invadiu a Galeria Lama que é sinônimo de resistência, não só do grafite como também dos jovens artistas visuais de Pernambuco. Eles invadiram e fizeram o que eles chamam de baculejo e revistaram de forma absolutamente arbitrária um evento particular de comemoração”.
A parlamentar lamentou a ação da Polícia Militar de Pernambuco e pediu para que a corporação devolva as tintas aos artistas. “Não se surpreendam que era desse jeito [da Polícia Militar de Pernambuco] que a ditadura militar fazia: impedia as garantias individuais, reuniões e celebrações. Eu gostaria de saber se fosse numa reunião de jovens brancos que tivessem diante de uma Galeria em Boa Viagem, Aflitos, Casa Forte ou Espinheiro, se seria invadida e as pessoas revistadas. Precisamos dar um basta. Precisamos devolver todos os potes de tinta quem foram apreendidos dos jovens pintores. As tintas são caríssimas e são instrumentos de trabalho dessas pessoas”.
Cida Pedrosa também ressaltou que haverá uma reunião solene em homenagem ao hip-hop e que tramita um projeto de lei, de sua autoria, que tratará o ritmo como patrimônio cultural imaterial. “Haverá uma reunião solene em homenagem ao hip-hop e está tramitando, nas Comissões dessa Casa, um projeto de lei para transformar o ritmo em patrimônio cultural imaterial da nossa cidade. Quem sabe assim, e talvez após uma lei, diminuam as perseguições àqueles que dançam break, aos que pintam nossa cidade, que batalham com poesia e que são os nossos dj’s. Que os pilares do hip-hop se espalhem na nossa cidade. Sabe por que? Porque em qualquer espaço-tempo em que a cultura vingue, nasça, cresça e floresça é o espaço-tempo da paz e da fraternidade entre as pessoas e os povos. É a cultura que nos afasta daquilo que a gente chama de mesmice do cotidiano. É a cultura que nos humaniza”.
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Em 02.04.2024