Dia Municipal do Caboclinho e da Tribo de Índio é celebrado na Câmara do Recife

Manter viva a história dos povos originários do nosso País – este foi um dos objetivos da reunião solene em homenagem ao Dia Municipal do Caboclinho e da Tribo de Índio, realizada na Câmara Municipal do Recife, no final da tarde desta terça-feira (23). A iniciativa partiu do vereador Almir Fernando (PSB), que é autor da lei municipal que instituiu a data no calendário oficial de eventos da cidade. Durante a solenidade, presidida pelo vereador Doduel Varela (PSD), foram homenageados representantes de agremiações que desfilaram no carnaval 2024, bem como de duas associações.

Ao ocupar a tribuna da Casa de José Mariano para tecer suas considerações, o vereador Almir Fernando lembrou que é de sua autoria duas leis que valorizam a cultura indígena. A lei municipal número 18.324/2017 – que institui o Dia Municipal do Caboclinho e da Tribo de Índio (19 de abril) no Recife e a lei municipal número 18.460/2018, que denomina os Caboclinhos e as Tribos de Índios como Patrimônio Artístico e Cultural do Recife.

Ele disse que a solenidade ressalta “a importância dessas agremiações carnavalescas no resgate da cidadania e da dignidade de muitas crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, bem como no impacto na economia da cultura”.

Ele destacou que o trabalho dos brincantes vai além do incentivo ao carnaval e à cultura e se configura como uma importante ferramenta de ação social. “Crianças, jovens e adultos se envolvem a ponto de tornar-se a agremiação uma extensão de suas famílias, cujo principal objetivo é a união, o respeito ao próximo, a cordialidade, incentivando o companheirismo e a amizade”.

Almir Fernando fez questão de lembrar de Perré, “descendente indígena, proveniente da Paraíba que influenciou o surgimento de diversos outros grupos no nosso Estado. Deixou-nos como legado, inclusive, um tipo de dança executada pelos caboclinhos e pelas tribos de índios com seu nome”.

Em seguida, o coordenador do Escritório do Ministério da Cultura em Pernambuco, Anildomá Wiliians de Souza, também fez um discurso e enalteceu a importância da solenidade. “Hoje nós precisamos de verdade nos voltar para as nossas raízes, para as nossas matizes, para a nossa cultura. Nossa Cultura histórica. Sem perder de vistas, evidentemente, as novas linguagens e as novas manifestações urbanas que ajudam a compor essa colcha de retalhos que somos nós, pernambucanos”.

Ele defendeu a realização de eventos assim em todo o Estado, durante o ano inteiro para que as pessoas tenham esse reconhecimento e para que se destaque esses valores artísticos e culturais. Falou também da necessidade da criação de políticas públicas que reúnam municípios, estado e Governo Federal para conceder incentivos.

A opinião foi compartilhada com a gerente de Políticas Culturais da Secretaria de Cultura de Pernambuco, Wanessa Santos, que representou a secretária de Cultura do Estado, Cacau de Paula. Ela afirmou que a reunião solene é também um momento para celebrar e refletir. “Trazer à reflexão a importância dessas manifestações para que a gente possa ampliar, não apenas para quem brinca nas tribos de índios e nos caboclinhos, mas também para quem é expectador da brincadeira e para quem a admira”.

Para ela é necessário pensar que “essas manifestações existem durante todo o ano e resistem, porque eu sei que é difícil”, por isso, defendeu também reunir os entes federativos para “garantir que essas manifestações permaneçam vivas”.

Em seguida, ocorreu uma belíssima apresentação cultural reunindo crianças, mulheres e homens que representavam as agremiações  presentes no plenário da Câmara Municipal. Eles encheram o espaço do colorido de suas vestimentas, do compasso de suas danças e vigorosas coreografias, acompanhadas pelo estalido das preacas (uma espécie de arco e flecha de madeira).

A mesa de honra da solenidade também foi composta pelo coordenador do Concurso de Agremiações Carnavalescas do Recife, Albemar Araújo, que representou o secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello; o presidente da Associação Carnavalesca dos Caboclinhos e Índios de Pernambuco (Accipe), Erivaldo Francisco de Oliveira,

 

  1. Agremiações Homenageadas – CABOCLINHOS (2024)

 

Grupo Especial:

1-        Campeão: Caboclinho Tribo Indígena Tupã (Recife)

2-        Vice-Campeão: Caboclinho União 7 Flexas de Goiana

3-        3º lugar: Tribo Indígena Carijós (Recife)

 

Grupo 1:

4-        Campeão: Tribo Caboclinho Tupinambá (Jaboatão)

5-        Vice-Campeão: Caboclinho Tupynambá (Goiana)

6-        3º lugar: Tribo Indígena Caboclinho Tainá (Recife)

 

Grupo 2:

7-        Campeão: Tribo de Caboclinho Candidé de Cavaleiro

8-        Vice-Campeão: Caboclinhos 7 Flexas (Recife)

9-        3º lugar: Tribo de Caboclinho Caripós Mirim (Recife)

 

Grupo de Acesso:

10-      Campeão: Tribo Indígena Caboclinho Flexa Dourada (Recife)

11-      Vice-Campeão: Caboclinho Aurora Canindé (Goiana)

12-      3º lugar: Caboclinho Caetés de Camaragibe

 

 

 

Agremiações Homenageadas – TRIBOS DE ÍNDIOS (2024)

 

Grupo Especial:

13-      Campeã: Índio Tabajaras de Goiana

14-      Vice-Campeã: Tribo Indígena Orubá (Goiana)

15-      3º lugar: Tribo de Índios Tupiniquins (Recife)

 

Grupo 1:

16-      Campeã: Índio Canidé Brasileiro (Itaquitinga)

17-      Vice-Campeã: Tribo de Índio Tupinambá (Recife)

18-      3º lugar: Tribo de Índio Tupi Guarani (Recife)

 

Associações Homenageadas

* Associação Cultural de Caboclinhos de Goiana e Índios (ACCGI)

* Associação Carnavalesca dos Caboclinhos e Índios de Pernambuco (ACCIPE)

 

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Em 23.04.2024