Elaine Cristina propõe reflexão no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo

No Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, a vereadora Elaine Cristina (PSOL) apresentou na tribuna da Câmara Municipal do Recife números sobre o autismo na cidade, além de abordar os desafios enfrentados pelos familiares e propor uma reflexão: "Este é um momento crucial para aumentar a conscientização sobre o autismo e promover a inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista [TEA] em nossa sociedade". O pronunciamento da parlamentar ocorreu durante a reunião plenária desta terça-feira (2).

A vereadora Elaine Cristina frisou que a realidade das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é marcada por desafios e obstáculos que precisam ser enfrentados com urgência. Segundo ela, a partir de dados do Conecta Saúde da Prefeitura do Recife, a cidade conta com mais de duas mil pessoas diagnosticadas com TEA, “mas é importante ressaltar que esse número pode ser ainda maior devido à subnotificação", lamentou. “São 498 mulheres e 1.761 homens. No entanto, é alarmante observar as disparidades étnico-raciais, onde apenas 39 pessoas são amarelas, 3 indígenas e 1.008 são pessoas pretas e pardas, comparado com as 1.211 pessoas brancas diagnosticadas”, afirmou. 

Ela destacou que os dados abordados mostram a necessidade de políticas inclusivas e equitativas por parte do poder público. “A falta de políticas específicas que atendam às necessidades desses grupos minoritários, especialmente os indivíduos negros e indígenas, esses números evidenciam uma falha sistemática na promoção da igualdade de acesso aos serviços de saúde e de apoio para pessoas com TEA. É importante que a gestão municipal reconheça essas disparidades e implemente medidas concretas para garantir o respeito aos direitos e à dignidade de todas as pessoas com TEA na cidade”, pontuou. 

Ela contou ter visitado recentemente o Centro Médico Psicopedagógico Infantil (CEMPI), em Jardim São Paulo, Zona Oeste, e que ficou preocupada com o que presenciou no local. “O CEMPI, que funciona há cerca de trinta anos, está passando por uma reforma que se arrasta há mais de um ano, com a promessa de ser entregue no mês de maio. Enquanto isso, as instalações temporárias, representadas por contêineres na Unidade de Saúde da Família de  Jardim São Paulo, estão longe de oferecer o ambiente adequado para o atendimento das mais de 400 crianças que dependem desse serviço. É inadmissível que um espaço destinado ao cuidado psicopedagógico infantil esteja sendo negligenciado dessa maneira. Além da falta de estrutura adequada, como evidenciado pela utilização de contêineres, também há a ausência de sinalização adequada para o novo local temporário”, afirmou. 

Elaine Cristina mencionou que o CEMPI atende um grande número de pessoas e conta com uma fila de espera de aproximadamente 500 crianças. “Isso apenas ressalta a urgência de resolver essa situação e garantir que essas crianças recebam o cuidado e a atenção que merecem. Não podemos mais tolerar esse descaso com a saúde e o bem-estar de nossas crianças. As nossas crianças com TEA precisam ser priorizadas, também. Nossas crianças merecem nada menos que o melhor cuidado e suporte possível, e é nosso dever garantir que elas recebam isso”. 

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Em 02.04.2024