Elaine Cristina repercute ocorrência policial no Dia Internacional do Grafite

A vereadora Elaine Cristina (PSOL) repercutiu o conflito que envolveu policiais militares do 16º BPM e artistas de rua e grafiteiros que participavam do evento Mostra Coletiva de Arte Urbana, no dia 27 de março, na Rua Uchôa Cintra, no bairro da Boa Vista, área central do Recife. “O Dia Internacional do Grafite, que deveria ser de celebração e de reconhecimento da cultura e arte urbana, da expressão artística dos nossos jovens, acabou se tornando palco de uma ação truculenta por parte da Polícia Militar de Pernambuco”.

Os jovens, na maioria negros, participavam do evento independente organizado pelo Coletivo Cor da Lama e muitos foram presos. “Essa ação não pode ser vista isoladamente. Ela é um reflexo do racismo institucional que permeia nossa cidade e nossa sociedade como um todo. É um lembrete doloroso de que, mesmo em um evento cultural pacífico e positivo, os jovens negros continuam a ser alvo de violência e discriminação por parte da Polícia Militar”.

A vereadora Elaine Cristina pediu o apoio de parlamentares para o combate ao racismo no Recife. “Como vereadora negra sinto-me na obrigação de denunciar esses casos e de exigir respostas. Não podemos deixar que o racismo viole os direitos de nossos cidadãos”, afirmou. Ela disse que o Estado de Pernambuco e o município do Recife, em especial, têm planos de combate ao racismo institucional. “Precisamos exigir a efetivação dessas políticas e mostrar resultados concretos. Peço a todos os presentes nesta reunião ordinária que se juntem a mim para trabalharmos no combate ao racismo em todas as suas formas”.

A vereadora aproveitou para lembrar outras ocorrências que ela vê como exemplo de racismo institucional. Disse que não tinha “como sair dessa tribuna hoje sem falar no caso da jovem Andréia Galvão, de 19 anos, que estava grávida e de acordo com sua família, Andréia perdeu o seu bebê na Maternidade Barros Lima. Mais uma vez, a maternidade está envolvida em mais um caso de violência obstétrica”. Elaine Cristina afirmou que esse caso repetia a um acontecimento semelhante, na mesa maternidade, e citou que ano passado, Raquel Pedro da Silva, de 30 anos, morreu, junto com seu bebê na Barros Lima, após sofrer violência obstétrica.

“Essas histórias não são exclusivas de Recife, não são casos isolados em Pernambuco, pois Queli dos Santos Adorno, de 36 anos, teve o direito ao parto negado pela Maternidade Santa Cruz da Serra, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Queli deu à luz o seu filho no chão da recepção da maternidade”, afirmou.

Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife.

Em 01.04.2024.