Liana Cirne ressalta Dia Mundial de Conscientização do Autismo

No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, a vereadora Liana Cirne (PT) levou à tribuna da Câmara do Recife uma cartilha como o tema “Compreender a pessoa autista. Cartilha para uma relação respeitosa e saudável”, e reforçou a importância da sociedade rever a forma de lidar com os autistas, respeitando as estereotipias de cada um. O pronunciamento ocorreu durante a reunião plenária da Casa, nesta terça-feira (2).

Essa cartilha – assim como a data de hoje –, não é para a comunidade autista, mas para a comunidade neurotípica. Porque quem pratica capacitismo, que é o preconceito específico contra pessoas com deficiência, é quem tem o dever de compreender o próprio comportamento e modificar a forma como se relaciona com pessoas com deficiência”, afirmou a vereadora.

 Liana esclareceu que o capacitismo é previsto como crime pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, com pena de reclusão de um a três anos e multa. E uma forma de evitar cometê-lo é compreendendo o autismo e mudando de atitudes. “Primeiro, vamos parar de chamar os autistas de anjo azul, ele não é anjo, nem é azul. E por que não é anjo? Porque ele é uma pessoa normal, namora, transa, Não vamos estigmatizar o autista”.

 A vereadora destacou ainda uma mudança em relação ao símbolo do autismo, que antes era representado por um quebra-cabeças colorido. “Esse símbolo é muito estigmatizador. O autista não é uma pessoa quebrada nem está faltando peças. O novo símbolo da neurodiversidade, que foi desenvolvido por pessoas autistas, é um infinito em arco-íris”.

Liana Cirne, que também é mãe de um autista, alertou para outra mudança importante nas atitudes, não descriminar as estereotipias dos autistas, como agitar as mãos ou caminhar na ponta dos pés. “Meu filho Pedro pulou antes de andar, e ele sofreu muito na escola, em todas que ele passou. Ele sofria numa escola, eu mudava pra outra, mas não adiantava, porque o problema o acompanhava em todas as escolas. E o problema não era meu filho, mas as pessoas, que eram despreparadas e preconceituosas”.

“O que precisa ser consertado é a descriminação da gente, que só aceita que as pessoas sejam de um jeito. Essa nossa forma de lidar muito mal com a diferença. Esse que é o problema, nós não somos iguais. Cada um e cada uma é diferente. No Dia da Conscientização do Autismo, quem tem que se conscientizar são os neurotípicos”, finalizou.

Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife.

Em 02.04.2024