Ana Lúcia debate requerimentos sobre Habitacional Sérgio Loreto

A vereadora Ana Lúcia (Republicanos) fez questão de debater cinco requerimentos de sua autoria, na tribuna da Casa de José Mariano. O primeiro a ser analisado, o de número 4374/2024, dirige indicação ao secretário de Saneamento do Recife para que sejam feitas a pavimentação e drenagem da rua Azeitona, bairro do Ibura. Além de serviços de infraestrutura, ela também discutiu proposições direcionadas ao Conjunto Habitacional Sérgio Loreto, no bairro de São José. Os assuntos foram abordados, nesta segunda-feira (20), na reunião plenária da Câmara Municipal do Recife.

“São 189 famílias que enfrentam uma batalha judicial para desocuparem as suas moradias e a gente está falando aqui de famílias que residem na Comunidade da Linha (assim intitulada pelos moradores), por mais de 20 anos. Essa comunidade, especialmente a rua Azeitona, precisa muito de serviços básicos para aquele entorno como saneamento e calçamento. Você disputa um espaço com a lama e com uma linha de trem que, hora ou outra, passa em manutenção. Foi feita uma retirada de um lixo histórico onde há 22 anos existia um ponto de confinamento, na frente de uma residência, trazendo doenças para as crianças para as famílias e isso é muito grave. E no espaço, agora cerca de 50 crianças ocuparam o lugar para brincar”

Um segundo requerimento da parlamentar, o 4375/2024, sugere ao secretário de Saneamento do Recife para que seja feita a pavimentação e a drenagem da rua Expedicionário João Peçanha, bairro do Ibura. “É no mesmo bairro do Ibura, uma transversal da Azeitona, e também muitas moradias de alvenaria e pequenas edificações estão com acúmulo de lixo por conta da dificuldade de tratar o lixo com responsabilidade ambiental”.

No aparte, o vereador Almir Fernando (PCdoB) parabenizou Ana Lúcia pelas considerações e enfatizou a importância do recolhimento do lixo na cidade e da conscientização das pessoas. “Parabenizo pelas questões dos gargalos da nossa cidade como essa dos pontos de lixo porque ajuda a combater problemas e melhorar a nossa saúde, evitando que as pessoas possam ir aos hospitais. O saneamento básico envolve o abastecimento de água, a questão dos resíduos sólidos e esgotamento sanitário, a gente precisa avançar e a gente tem visto que o prefeito João Campos tem feito a questão do esgotamento sanitário. Temos a questão dos resíduos sólidos pela nossa cidade em vários pontos, e a Prefeitura só tem condições de combater com um envolvimento da população para colocar o lixo na hora certa. Porque o caminhão passa e algumas pessoas querem se livrar logo do lixo e colocam num ponto comum, infelizmente, prejudicando a população”.

Outros três requerimentos de autoria de Ana Lúcia foram proposições direcionadas ao Conjunto Habitacional Sérgio Loreto. O 4378/2024 indica ao secretário de Educação da Cidade do Recife para promover uma reunião com os moradores do Conjunto Habitacional Sérgio Loreto, a fim de discutir sobre as matrículas das creches da Prefeitura do Recife, considerando que mais de 60 crianças (0 a 3 anos) estão fora da Escola. O segundo, 4384/2024, faz indicação ao presidente da URB para solicitar a colocação de um portão grande de segurança, na entrada e saída do Conjunto Habitacional Sergio Loreto, para os moradores no lado de acesso à Praça Sérgio Loreto, Bairro São José. E a terceira proposição (4411/2024) solicita ao Secretário de Habitação do Recife para que seja realizada uma reunião social com os moradores para solicitarem esclarecimentos ao Grupo Neoenergia Pernambuco.

“Sobre o 4378/2024, é preciso gestão condominial e ela tem que ser dada pelo poder público. Temos problemas de educação, saúde e de organização familiar. Dentro do Conjunto, conversando com as famílias, várias crianças da educação infantil estão fora das creches. Precisamos apelar ao secretário de Educação.  O 4383/2024 também é urgente porque a Compesa instalou alguns hidrômetros em alguns apartamentos, mas em outros não.  A conta ainda não foi individualizada e a gente tem aí um problema sério porque o valor está acumulando. O 4384/2024 trata de um portão para o habitacional. Ele está aberto para todas as pessoas e muitas crianças já foram atropeladas. E em relação ao 4411/2024, a Celpe precisa entrar em ação porque as contas estão chegando com valores de R$ 800 reais, R$ 400 reais, e os moradores não têm condições de pagar. Eles ainda estão se adaptando, precisam de orientações e acredito que estão inscritos no CadÚnico”.

No aparte, a vereadora Aline Mariano (PSB) disse que as moradias populares têm que ser de forma diferenciada. “E aí é onde existe a gestão condominial, inclusive acerca dos novos apartamentos que foram entregues no Encanta Moça, por exemplo, e eu já pedi uma audiência acerca desses problemas que têm ocorrido e são os mesmos. A gente sabe que isso é causa ganha. Se não houver medidas, essas pessoas que são relocadas para uma área digna, elas acabam saindo, entregando as suas novas residências porque não têm condições e a compatibilidade que deveria com o seu padrão de vida. Quero parabenizar e me somar para garantirmos a dignidade dessas pessoas”.

Audiência pública - No grande expediente da plenária da Câmara Municipal do Recife desta segunda-feira, a vereadora Ana Lúcia retornou à tribuna para repercutir uma audiência pública realizada sobre as megatendências identificadas pelas Nações Unidas e os impactos significativos nas famílias. “Vou destacar dois tópicos que as Nações Unidas colocam como urgente. Primeiro, as mudanças climáticas, e aí nós precisamos discutir enquanto Casa Legislativa, tendo em vista que a cidade do Recife é  diferenciada por conta de grandes regiões de manguezais, cortada por rios e por termos uma grande gama da população moradora de morros e lugares alagadiços. A gente precisa pensar um plano de estratégias que possa dar tranquilidade mínima às famílias para os períodos chuvosos”.

O segundo tópico, conforme disse Ana Lúcia, diz respeito às revoluções tecnológicas. Ela citou a lei municipal que disciplina uso de celular nas escolas do Recife. “Nós, enquanto professores, mães e pais de família, precisamos, urgentemente, fazer o debate do uso demasiado das telas por nossas crianças e adolescentes. Uma matéria hoje está nas redes sociais trazendo uma tragédia relacionada ao uso desordenado de aparelhos tecnológicos. Temos a lei municipal 17.837, do então vereador Alfredo Santana, que disciplina o uso de aparelhos celulares e equipamentos eletrônicos em sala de aula nas escolas municipais e particulares do Recife, salvo quando forem para uso pedagógico”.

No aparte, o vereador Carlos Muniz (PSB), lembrou que as crianças precisam interagir com outras e citou um prêmio de um pernambucano sobre a ansiedade. “As crianças precisam fazer brincadeiras como antigamente. Temos um pernambucano, de 22 anos de idade, premiado pela Harvard com R$ 1 milhão de dólares, para aprofundar a sua pesquisa no sentido de detectar nas crianças e adolescentes a ansiedade por conta dos aparelhos eletrônicos. Essa geração pode ter problemas cognitivos”.  

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Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife sobre audiência sobre megatendências identificadas pela ONU.

Em 20.05.2024