Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente é celebrada na Câmara do Recife

Os 30 anos da Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente (AACA) foram homenageados por meio de uma reunião solene, no plenário da Casa de José Mariano, na manhã desta quarta-feira (15), numa iniciativa do vereador Felipe Alecrim (Novo). A AACA atende mais de 350 crianças e adolescentes, beneficiando indiretamente 270 famílias em situação de vulnerabilidade social, moradores da comunidade Ilha de Santa Terezinha e Vila dos Casados. O vereador Eriberto Rafael (PSB) presidiu a solenidade.

A mesa do evento foi composta por Maria José Chaves, presidente da Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente (AACA); Eduardo Araújo, responsável pelo Movimento dos Focolares Regional dos estados de Pernambuco, Paraíba e do Rio Grande do Norte; Francisca Norma, representando o movimento dos Focolares; Erickson Marinho, representando os ex-alunos da AACA, e Edejonhson Pinto, representando os moradores da Ilha de Santa Terezinha.

A AACA é uma Organização não Governamental, sem fins lucrativos que surgiu em 1994, mas sua história começa realmente no ano de 1968, quando um grupo de pessoas do Movimento dos Focolares adere ao convite do então Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Helder Câmara, de tentar transformar a realidade da chamada Ilha de Santa Terezinha, no bairro de Santo Amaro, área central do capital pernambucana. São oferecidas, no contraturno escolar, atividades educativas, artísticas, musicais, culturais, recreativas, esportivas, informáticas, além de formação humana e social. No final de cada atividade, as crianças e os adolescentes recebem refeições completas e nutritivas.

Ao dirigir-se à tribuna, o vereador Felipe Alecrim disse que via na Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente (AACA) uma maestria pelo dom de servir. “O que vocês fazem não é outra coisa senão amar. Ouvindo a história e os testemunhos de vocês, soube que precisaram cavar bastante para que a base ficasse firme naquele alicerce e naquela terra onde foi construída a sede de vocês. E isso é muito significativo. Era um sinal para os tempos vindouros de que o chão em que vocês fincariam morada seria o coração de cada criança e cada adolescente que foi acolhido. De cada mãe e de cada pai que passaram por essa Associação e tiveram as suas histórias transformadas”.

O parlamentar enalteceu que o trabalho desenvolvido pela Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente é reverberado para o mundo e parabenizou todos e todas que compõem a instituição. “Vocês fazem a diferença na vida de muitos outros que também nasceram e beberam dessa fonte de amor e de afeto. Tem gente até na Itália levando o nome dessa Associação e com muito orgulho. Mas é para se orgulhar mesmo, pois as coisas de Deus dão frutos eternos no coração e na vida de quem tem a sua própria vida resgatada. Tenho certeza de que a Associação brotou do coração de Deus e pelas mãos de cada um de vocês que são a prova viva de que vale a pena lutar por pessoas. Parabéns pelos 30 anos de existência. A recompensa vem da parte de Deus. Tudo o que a gente faz aqui é preparar a nossa estrutura, e o nosso lugar já está reservado. Meus parabéns e meu cordial abraço e que Deus abençoe vocês por transformar mais e mais vidas”.

Após o discurso,  Felipe Alecrim realizou a entrega de um certificado em homenagem aos 30 anos da AACA. Logo após, Pedro Vinicius e Marquinhos Balada fizeram apresentações musicais e um vídeo institucional foi exibido. Ana Clara e Vitor José recitaram um cordel e Emerson Marinho, ex-aluno e educador da Associação, atualmente trabalhando na Embaixada do Brasil na Itália, enviou um vídeo de agradecimento à instituição.  No final do evento, Ana Clara Andrade e Antony Mateus fizeram uma apresentação cultural.   

Erickson Marinho, ex-aluno da AACA, é cineasta, roteirista, ator e desenvolve projetos para crianças. Ele considerou, na tribuna da Câmara Municipal do Recife, que a base da sua vida foi fincada por sua família e pelos valores da Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente. “Hoje, olhando para a minha carreira e trabalhando com o que eu gosto e com o que sonhei, eu volto no tempo e vejo que a minha base, no caso a minha família e a AACA, estão intimamente ligadas a esse resultado. Meus pais sempre fizeram questão de fazer com que a gente tivesse atividades educativas e uma dessas escolhas foi me colocar na AACA. O carisma, apoio e cultura que a gente recebeu desde sempre influenciaram a minha carreira. Queria destacar o projeto Guerreiros da Rua, um filme que a gente produziu e foi premiado como melhor filme infantil em Portugal. A gente faz um ciclo na vida: sai do lugar, viaja, volta e tenta devolver para o mundo aquilo que a gente recebeu quando era criança. Então, a minha fala hoje vem carregada de emoção e gratidão”.

Maria José Chaves, presidente da Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente (AACA), ressaltou a importância da entidade e citou a história da criação da AACA. “Nós recebemos um reconhecimento muito importante de Brasília certificando a AACA como uma entidade beneficente de Assistência Social que muito nos orgulha. A AACA surgiu como resposta aos inúmeros problemas sociais enfrentados pela Ilha de Santa Terezinha. E assim chegou-se à conclusão da necessidade de construir a Associação com estatuto, diretoria e conselho para iniciar um trabalho de formação com as crianças e adolescentes. Compramos o terreno e lá firmamos a nossa sede”.

A presidente enalteceu a visão da instituição, a filosofia do trabalho e citou as oficinas disponibilizadas às crianças e adolescentes. “Temos como visão,  acreditar numa sociedade comprometida com a formação de futuros cidadãos, bem como o desejo de querer construir uma sociedade indissociável do meio ambiente, que seja solidária e construtora de paz. Nossa filosofia busca vivenciar a prática e uma nova cultura de paz na formação das crianças e adolescentes para o exercício da cidadania, acreditando no diálogo como forma de resolução dos conflitos e respeito ao próximo. Hoje, nossa Associação tem oficinas de capoeira, balé, judô, percussão, violão, frevo, artes e dança. Durante a pandemia, distribuímos mais de 72 mil pães e foi muito significativo porque na Ilha sabemos quantos adultos têm empregos informais. Eu gostaria de agradecer a todos vocês. Meu muito obrigada”.  

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Em 15.05.2024