Câmara aprova projeto de lei que declara a pesca do marisco e do sururu Patrimônio Cultural Imaterial do Recife

Ao debater o projeto de lei, a vereadora registrou a presença, nas galerias, do professor Gilberto Rodrigues Lins, do curso de Biologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que desenvolve projetos de extensão com estudantes junto às comunidades marisqueiras do Recife. “Foi o professor quem trouxe a ideia para que a Câmara Municipal do Recife reconhecesse a atividade de pesca do sururu e do marisco como patrimônio imaterial da cidade”, disse.

Liana Cirne disse que o Recife saiu ganhando “com esse reconhecimento”. Ela afirmou que a atividade de pesca de mariscos e do sururu foi quem “iniciou a atividade do comércio em nossa cidade”. Segundo a parlamentar, “não se pode contar a história do Recife sem fazer essa referência” e lembrou que, antes da colonização, a atividade de pesca artesanal já existia e se mantém até os dias atuais, “a despeito das práticas comerciais que vieram com os colonizadores”.

A parlamentar considerou, ainda, que “quando se trata da atividade dessas duas formas de pesca, falamos de comunidades de marisqueiras”, pois quem faz essa pesca “são mulheres”, predominantemente. Além disso, disse Liana Cirne, a pesca reflete a existência de “comunidades originárias, indígenas, em contexto urbano”.

Ela acrescentou ainda que a pesca do marisco e do sururu indica que “estamos falando de uma história de resistência cultural, de subsistência, e principalmente, de uma atividade que preserva os nossos rios e os nossos mangues. É uma atividade de preservação ambiental, que recebe pouquíssimo ou nenhum incentivo do poder público para fazer a preservação do meio ambiente”

O vereador Luiz Eustáquio (PSB) pediu aparte e disse que a inciativa da vereadora Liana Cirne, que declara Patrimônio Cultural Imaterial do Recife a atividade da pesca do marisco e do sururu, era importante para o Recife também porque valorizava as pessoas que sobrevivem comercialmente, desse tipo de pesca. “Eu não poderia deixar de parabenizá-la vereadora, assim como parabenizar as pessoas que fazem essa pesca. O marisco e o sururu garantem a sobrevivência de famílias que dependem da maré para sobreviver”, disse.

Luiz Eustáquio registrou que sua mãe, dona Maria Auxiliadora, foi pescadora de marisco e sururu. A vereadora Liana Cirne dedicou a ela a aprovação do PLO 3/2024.

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Em 20.05.2024.