Liana Cirne destaca comunidades que solicitam obras em áreas de risco
A vereadora Liana Cirne defendeu a importância da realização das obras de contenção das encostas, sobretudo para preservar a saúde mental e a vida de moradores das comunidades que sofreram com as chuvas de 2022. “É preciso falar da saúde mental dos moradores do Ibura, Sapo Nu, Dois Unidos, Vila do Sesi que, com a temporada de inverno e a chegada da chuva, não conseguem dormir, não conseguem ter qualidade de vida minimamente digna. Quando as chuvas começam, começa o pânico, porque as pessoas que estavam na iminência de morrer e perder seus entes queridos ainda estão se recuperando das chuvas de 2022”, pontuou.
Liana Cirne citou uma mensagem recebida por ela por um morador de área de risco. “‘Vereadora, a senhora esteve aqui na minha casa, tirou foto, fez vídeo, foi conversar com a Prefeitura, mas nada mudou. Está chovendo de novo. Eu não durmo, a minha filha e o meu filho não dormem. Ninguém consegue dormir com medo de não acordar no outro dia’", repetiu. Ela disse que o seu telefone não para de tocar e nem de receber mensagens. "Eu peço, reconhecendo todo o trabalho que a Prefeitura do Recife vem fazendo, mas dizendo que a gente precisa ter ambição e ter a meta de zero morte nas chuvas de inverno. A gente não pode aceitar uma ambição menor do que essa. Estamos falando de vidas que estão em perigo, que têm a sua qualidade diminuída desde 2022, quando essas pessoas desenvolveram síndrome de pânico, terror noturno, insônia, porque têm medo de morrer com qualquer nuvem cinza que aparece”, complementou a parlamentar.
A parlamentar reforçou, ainda, que os pedidos feitos através de requerimentos e em diálogo com as secretarias sejam acatados. “Nós precisamos de obras de contenção de barreira na Vila do Sesi, que tem uma barreira gigante e a cada mês aumenta mais um pouco. Também precisamos de barreira no Alto da Bela Vista com urgência, porque construíram uma e deixaram uma outra área cheia de canavial, que bate chuva e leva tudo o que tem embaixo, assim como na UR-2, que a barreira fica grudada com uma avenida que passa ônibus. Não podemos ficar apostando com a natureza para ver se vai ter ou não desastre. Venho reforçar todos os requerimentos que fiz nesses dois anos e cobrar a ação imediata. As pessoas não aceitam mais que se brinque com a vida delas.
Projeto de lei- Retornando à tribuna, a vereadora Liana Cirne debateu projeto de lei de sua autoria, que será protocolado na Casa nesse mês de junho, sobre alterações na legislação a respeito de infrações ambientais no Recife. O assunto foi abordado pela parlamentar na manhã desta segunda-feira na reunião plenária da Câmara Municipal do Recife. “Nós acreditamos que estamos inovando na nossa legislação reunindo tudo o que os especialistas em Direito Ambiental sugerem que a legislação deva contemplar”.
“É um projeto de lei fruto de bastante estudo, pesquisas e escuta com a sociedade civil. Nós concluímos e vamos protocolar na Casa. Trata-se de uma lei que altera a legislação sobre infrações ambientais no município do Recife muito importante. É um tema que não costuma chamar atenção porque parece ser burocrático e, na verdade, é um tema crucial. Nós estamos enfrentando mudanças climáticas fruto do aquecimento global com impactos muito severos sobre o meio ambiente arquitetônico. E nós sabemos que a ingerência da ação humana, em especial do capital, impactou diretamente e contribuiu diretamente para o aquecimento global e para as mudanças climáticas”
A parlamentar salientou que os mais ricos poluem mais e que o Recife merece uma legislação adequada. “De maneira bem simples e explicativa, o rico polui muito mais do que o pobre. O pobre não consome. E quem não consome, não polui. E quem polui mais ainda não são pessoas físicas. São indústrias. As grandes indústrias são poluidoras dos nossos rios como é o caso do Tejipió, Moxotó e Capibaribe e nada acontece com elas. Já um pescador artesanal, um indígena em contexto urbano e uma pescadora são punidas com a lei de infrações ambientais. Então, nós estamos protocolando agora em junho, mês Mundial do Meio Ambiente e das Águas, e dizer que nós estudamos com profundidade para que o Recife tenha um novo marco regulatório ambiental porque é uma cidade privilegiada, do ponto de vista ambiental, e não pode ser tratada com desrespeito, violência e omissão”.
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Em 03.06.2024