Parlamentares da Câmara do Recife reagem à fala de pastor sobre autismo
Outros vereadores que também se pronunciaram foram Luiz Eustáquio (PSB) e Elaine Cristina (PSOL), em aparte feitos durante o discurso de Liana Cirne. Na semana passada, o pastor da Igreja Comunhão Cristã Abba, Pio de Carvalho, do interior de São Paulo, causou polêmica ao dizer, durante uma pregação em culto transmitido ao vivo, que o autismo não existe e associou o transtorno a uma ação “do maligno”. Na pregação, o pastor compartilhou uma conversa que teve com uma professora que trabalha com crianças autistas.
“O pastor disse que não precisava de especialização para tratar o autismo, nem tratar o autismo com técnicas de educação inclusiva. Ele disse que bastava à professora passar óleo nos dedos e ungir a testa da estudante e dizer: eu te abençoo espírito maligno, para que saia dela, agora, em nome de Jesus. Jesus não poderia ser usado para um sacrilégio como este. O nome dele é sagrado, não ser deve ser usado para ofensas capacitistas. Nossos filhos são a manifestação de Deus vivo”, disse Liana Cirne, que também fez uma conceituação sobre o autismo.
Ao ocupar o microfone de apartes, o vereador Luiz Eustáquio defendeu que é preciso olhar “para o tema do autismo com muita seriedade”. Ele lembrou uma passagem bíblica dizendo que Jesus não discriminava as pessoas doentes e, em seguida, acrescentou que o pastor que fez uma afirmação preconceituosa “não representa o pensamento dos pastores e nem da Igreja”. Em seguida, a vereadora Elaine Cristina observou que é mãe de um filho que tem epilepsia e autismo. Ela registrou que durante o seu mandato tem sido “uma voz em defesa da diversidade e das pessoas com o espectro autista”.
Clique aqui e assista ao pronunciamento de Liana Cirne.
Em 21.10.2024.