Câmara aprova a LOA e o PPA para a cidade do Recife

As duas principais leis orçamentárias que irão definir os rumos da gestão do prefeito João Campos (PSB), no primeiro ano de sua segunda gestão à frente da Prefeitura do Recife, foram aprovadas, por unanimidade, em reuniões realizadas na manhã desta segunda-feira (25), pela Câmara Municipal. A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, prevista no PLE número 23/2024 e a revisão do Plano Plurianual, contido no PLE 24/2024, agora, seguirão para sanção do prefeito João Campos. As matérias foram debatidas em plenário pelos vereadores.

Os dois projetos de lei foram aprovados numa reunião ordinária, seguida de outra, extraordinária. Antes de chegarem ao plenário, tanto a proposta da LOA quanto a da revisão do PPA foram analisadas na Comissão de Finanças e Orçamento, onde também receberam emendas dos parlamentares, e depois foram debatidas em audiência pública. Das 77 emendas apresentadas à LOA, a votação em plenário confirmou que 10 foram rejeitadas. Já ao PPA, das 62 emendas apresentadas pelos vereadores, 49 também receberam parecer pela rejeição.

De acordo com o PLE 23/2024, a proposta orçamentária estima para o próximo ano uma arrecadação de RS 9 bilhões e 296 milhões, dos quais RS 7 bilhões, 567 milhões e 211 mil são recursos do Tesouro Municipal e RS 1 bilhão, 728 milhões e 789 mil são recursos de outras fontes. Antes da votação, durante o pequeno expediente da reunião ordinária, a vereadora Liana Cirne (PT) falou da importância da pauta. “Eu sempre digo que, sem orçamento, a política é a apenas um discurso. Para que ela se concretize como política pública, precisa de orçamento. E sem orçamento, resume-se a palavrório”, disse.

Ela lamentou que no atual mandato, iniciado em 2021, nenhuma de suas emendas aprovadas para a LOA foi executada pela Prefeitura. “Uma das emendas, que apresentei três vezes, foi a criação de uma ciclovia na Avenida Caxangá. Agora, reapresentamos essa mesma emenda da ciclovia da Caxangá, e pedindo mais uma ciclovia para a Avenida Recife”. A emenda foi aprovada e agora compõe o texto que será encaminhado para sanção do prefeito João Campos.

O vereador Ivan Moraes (PSOL) foi outro parlamentar a discutir a lei orçamentária na tribuna da Casa. De acordo com ele, o Poder Legislativo tem, hoje, uma participação menor na elaboração do orçamento do que deveria ter. Ele classificou as emendas parlamentares como “um prêmio de consolação” e disse que o Poder Executivo elabora a matéria de maneira a inibir alterações por meio de emendas modificativas. “A Prefeitura organiza de uma forma, engessa o orçamento de uma forma, colocando nas rubricas obrigatórias recursos que não podem ser remanejados, que fazem com que nós praticamente não possamos modificá-los”, disse. “Não há nenhuma emenda modificativa sendo aprovada nesta Casa hoje, como não houve no ano passado, como não houve no ano retrasado”.

Moraes sugeriu, ainda, reduzir de 15% para 5% o limite para abertura de crédito suplementar – isto é, o espaço que a Prefeitura tem para manobrar o orçamento sem autorização da Câmara. “Estamos votando aqui uma peça de ficção, porque a qualquer momento, sem perguntar para esta Casa, o prefeito pode jogar de um lado para o outro até mais de R$ 1 bilhão em um orçamento de R$ 9 bilhões, sendo que 40% desse orçamento está, obrigatoriamente, com a saúde e educação. Então, a margem de manobra que a Prefeitura tem é gigantesca”.

Os vereadores Felipe Alecrim (Novo) e Samuel Salazar (MDB) participaram do debate em apartes a Ivan Moraes. O primeiro lembrou que as emendas parlamentares não são impositivas e destacou emendas de sua autoria que seriam rejeitadas na votação desta segunda-feira. “As nossas emendas deveriam ser impositivas e isso é uma discussão que precisa ser debatida aqui nesta Casa”, pontuou. Já Salazar, que é líder do governo, demarcou posição diferente da de Moraes quanto à margem orçamentária do Executivo. “Discordo do discurso de Vossa Excelência em relação a que a Prefeitura tenha aí um valor exorbitante em relação ao que ela pode fazer. Na verdade, talvez por estarmos em posições diferentes, de governo e oposição. Eu sei da forma responsável, da boa gestão que o prefeito João Campos tem feito”.

Em seguida, a vereadora Liana Cirne voltou à tribuna.  A parlamentar teve como objetivo debater a emenda de número 50, de sua autoria, apresentada à LOA.  “A bancada fundamentalista pede para votar contra a emenda, mas eu peço o apoio”, afirmou. A emenda, que na votação foi aprovada, propõe uma verba mensal de R$ 40 mil para o programa já existente, da Prefeitura do Recife, que oferece capacitação profissional para pessoas transexuais e travestis. “Votar contra a emenda seria jogar essas pessoas na condição de rua ou de prostituição”, alertou a parlamentar.

 

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Em 25.11.2024