Centenário in memoriam de Abelardo da Hora é comemorado em reunião solene

A solenidade foi presidida pelo vereador Gilberto Alves (PRD), que compôs a mesa com o vereador autor do requerimento; a filha do artista plástico Abelardo da Hora e secretária da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ana da Hora; o cantor Claudionor Germano, que era irmão do artista plástico; o cantor e sobrinho do homenageado, Nonô Germano; e o professor de História da Arte e genro de Abelardo da Hora, Antônio Alves Sobrinho.

Abelardo Germano da Hora nasceu em Nazaré da Mata (PE), em 31 de julho de 1924. Em 1939, ingressou no curso de Escultura da Escola de Belas Artes do Recife, onde estudou com grandes mestres e se destacou pelo virtuosismo de suas técnicas. Ele deu importantes contribuições para a movimentação cultural das artes em Pernambuco. A cidade do Recife ganhou diversos monumentos e esculturas de sua autoria. Pela sua obra, recebeu várias condecorações do Governo do Estado e de presidentes da República. O artista plástico faleceu em 23 de setembro de 2014.

Samuel Salazar disse que a solenidade foi “uma justa homenagem a um dos maiores nomes da arte pernambucana, um homem que, com suas mãos talentosas, moldou muito mais do que o barro: ele moldou a alma e a identidade do nosso povo”. Ele acrescentou que “hoje, ao celebrarmos o centenário de Abelardo da Hora, lembramos não apenas de um artista, mas de um verdadeiro filho de Pernambuco, cuja dedicação e amor pela cultura nos inspiram a continuar valorizando nossa identidade”.

O vereador destacou também que algumas das obras mais conhecidas de Abelardo da Hora, como "Os Cantadores" e o "Vendedor de Caldo de Cana", acompanham os recifenses “em parques e praças da nossa cidade, eternizando o cotidiano e a essência do nosso povo. Abelardo nos mostrou que a arte é uma forma de celebrar nossas raízes, de enaltecer nossa história”.

Ao falar como representante do artista homenageado, o professor de História da Arte, Antônio Alves Sobrinho disse que se tratava de uma justa homenagem. Ele lembrou que o artista plástico também tinha uma atuação política, com visão mais justa e igualitária para com os mais pobres. “Abelardo, enquanto cidadão e enquanto político, construiu muitos dos seus sonhos, graças ao apoio de prefeitos e vereadores. Ele era um camarada, que agia dentro dos princípios do partido comunista. Mas tinha rede de amigos que ia além das questões partidárias”.

O historiador afirmou que, junto com vereadores do Recife, Abelardo da Hora pode pôr em pratica, através de leis que a Câmara do Recife fazia, ações que ele pensava. “Assim, ele colocou nos parques do Recife escorregos, fez uma série de esculturas representando tipos populares que estão em praças públicas e no horto zoobotânico. Ele fez uma série de reformas em praças e repaginou o Sítio da Trindade, que estava para ser vendido. Abelardo fez muitas obras porque a Câmara do Recife dava suporte a ele, através das proposta que fazia, independentemente de ideologia partidária”.

Ele citou vários nomes de ex-vereadores que facilitaram para que ideias do artista plástico fossem viabilizadas: Wilson Barros Leal, Carlos Duarte, Rubem Gambôa, Aristófanes de Andrade, Liberato Costa Junior, Gaspar Regueira Costa, Alcides Teixeira, Augusto Lucena, Vandecock Vanderlei, Edna Costa, João Coelho, Pedro Eurico, Byron Sarinho, Carlos Eduardo Cadoca, Dílson Peixoto, Gustavo Krause, João Braga, João Paulo, Paulo Rubem Santiago, Sileno Guedes, Priscila Krause e Luciano Siqueira. “Essas pessoas levavam a frente as ideias de Abelardo aqui na Câmara do Recife e não podem ser esquecidas”.

Dois vídeos foram exibidos no telão do plenário da Câmara Municipal do Recife. Num deles, o vídeo de 2013, dirigido por Maurício Roberto da Silva, foram mostradas as inspirações, as ideias e o planejamento do trabalho artístico deixado como legado por Abelardo da Hora. O outro, um documento histórico e cultural, em que o artista plástico recita um poema. A solenidade foi encerrada com o Hino da Cidade do Recife.

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Em 07.11.2024