Vereadores apontam falta de professores e pedem cronograma de convocação

A nomeação de professores da rede municipal de ensino, aprovados no último concurso, e que fazem parte da lista reserva foi o apelo feito à Prefeitura do Recife por vários parlamentares durante a reunião plenária desta segunda-feira (4). O assunto foi apresentado pela vereadora Liana Cirne (PT) e participaram da discussão as vereadoras Ana Lúcia (Republicanos), que também é presidente da Comissão de Educação; Michele Collins (PP) e os vereadores Paulo Muniz (PL) e Felipe Alecrim (Novo). Representantes do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) acompanharam os debates, nas galerias.

Liana Cirne (PT) falou sobre o tema em dois momentos da reunião plenária. Logo no inpicio, no Pequeno Expediente,  ela afirmou que os professores com contrato de trabalho temporário estariam sendo utilizados de forma irregular pela Prefeitura para ocupar o espaço de professores concursados. A parlamentar voltou a discursar uma segunda vez, durante o Grande Expediente, e assegurou que há escolas sem aulas em alguns horários e, ao mesmo tempo, um contingente de profissionais concursados à espera de nomeação.

Para demonstrar a gravidade do problema e cobrar um cronograma de convocação dos concursados, a parlamentar mencionou uma pesquisa em andamento feita pelo Simpere em 58 escolas da rede do Recife. “Nessas 58 escolas, 70,7% estão com aulas vacantes, ou seja, está faltando professor em sala de aula. Enquanto isso, nós temos mais de 700 professores e professoras aprovadas em concurso público, no cadastro de reserva”.

Liana Cirne afirmou, no Grande Expediente, que a falta de professores em sala de aula tem sido um problema para as escolas. “Não se trata de uma crise excepcional, mas de uma crise estrutural” na educação do Recife. “A Prefeitura decidiu, por uma decisão que merece ser questionada, que as atividades extracurriculares precisam ser cumpridas no turno da aula. Ou seja, por uma decisão política da Prefeitura, 20% da carga horária desse professor está sendo dispensada da atividade em aula para participar de atividade de formação e planejamento, que deveria ser cumprida no contraturno”, afirmou. 

Em aparte, a vereadora Ana Lúcia (Republicanos) disse ser professora há 30 anos e explicou que a redução na carga horária acontece para que o profissional realize o planejamento de aulas e atividades. “E isso acontece no turno porque os professores 1, como eu, só temos essa quantidade de aulas, e é claro que nenhum professor sobrevive apenas com um salário. A maioria de nós tem dois contratos, e não se coloca no contraturno por conta disso. E ainda há outra dificuldade muito mais grave, em ampliar a carga horária”, detalhou. 

Também em aparte, a vereadora Michele Collins (PP) parabenizou Liana Cirne por colocar o tema em discussão no plenário e pontuou a necessidade da nomeação de professores na rede municipal. “E eu quero dizer da importância que temos de convocar urgentemente esses professores. O prefeito, que diz que é o prefeito da educação, da inovação, eu não consigo entender como o tema da educação está sendo deixado de lado. Eu conheço muitas mães que estão com os seus filhos em casa, principalmente da educação especial, porque não estão sendo convocados professores”, disse.

Outros assuntos - O vereador Paulo Muniz (PL) também discursou sobre o tema. “Eu soube, em informação extraoficial, que 70% das escolas da rede pública têm falta de professores. Essa é uma das condenações que a escola pública passa”, disse. Em seguida, ele questionou: “Qual a chance de um aluno da rede pública disputar o Enem com outro aluno de escola privada? Qual é a culpa dele?”, questionou. O parlamentar também abordou outros temas pertinentes à educação e questionou, sobretudo, a luta de universitários brasilienses pelo direito à cota para pessoas transexuais ingressarem nas universidades.

A vereadora Michele Collins (PP) pediu aparte e falou que existe uma “preocupação dos pais quando os filhos chegam às universidades”, uma vez que, nas instituições de ensino, eles “têm a cabeça distorcida”. Outro vereador que pediu aparte foi Felipe Alecrim (Novo), que falou sobre vagas de matrículas nas escolas da rede pública. Ele disse que sempre que termina o ano, os pais se preocupam com as matrículas para o ano letivo seguinte. “Bate desespero, pois muitas famílias não conseguem matricular seus filhos nas escolas próximas de suas residências”.

 

Clique aqui e assista no TV Câmara do Recife.

 

Clique aqui e assista no TV Câmara do Recife.

 Clique aqui e assista ao pronunciamento da vereadora Liana Cirne.

Clique aqui e assista ao segundo pronunciamento da vereadora Liana Cirne.

Clique aqui e assista ao pronunciamento de Paulo Muniz.

 

Em 04.11.2024