Solenidade na Câmara celebra maracatu de baque solto

No Dia Municipal do Maracatu de Baque Solto, celebrado nesta terça-feira (12), a Câmara do Recife promoveu uma reunião solene para marcar a data. Patrimônio artístico e cultural do município, a manifestação cultural foi alvo de uma homenagem realizada por iniciativa do vereador Almir Fernando (PSB), que prestou tributo a seus mestres e agremiações, em especial Mestre Salustiano e a Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco, que completa 35 anos de existência. O vereador Doduel Varela (PSD) presidiu a cerimônia.

Também conhecido como maracatu rural, o maracatu de baque solto é um das principais expressões da cultura pernambucana e tem como uma de suas marcas os cortejos em que desfila a figura do caboclo de lança. No Recife, por meio de leis apresentadas por Almir Fernando, desde 2024 é patrimônio artístico e cultural e possui no calendário oficial sua data reservada em 12 de novembro, dia do nascimento de Mestre Salu, uma das principais referências do maracatu de baque solto.

“Brinquedo sério dos trabalhadores e trabalhadoras da Zona da Mata Norte de Pernambuco e de bairros periféricos do Recife e de cidades da Região Metropolitana, o maracatu de baque solto reúne elementos de música, dança, arte, poesia, religiosidade, comunidade, sociabilidade”, afirmou o parlamentar em seu discurso na tribuna do plenário da Câmara. No pronunciamento, ele fez questão de destacar o papel dos maracatuzeiros para a manutenção dessa tradição pernambucana. “Os verdadeiros maracatuzeiros são voluntários que se agregam nas agremiações de modo espontâneo, conscientes de que não serão remunerados por absolutamente nada do que se prontificam a fazer. Aliás, a maioria confecciona a gola, o chapéu e a guiada que usa nas apresentações”.

A cerimônia contou com diversas apresentações culturais, a exemplo da execução do Hino Nacional pelo mestre Anderson Miguel, do Maracatu Rural Cambinda Brasileira, do Engenho Cumbe. Também apresentaram-se, ao longo do evento, Mestre João Paulo, do Maracatu Rural Leão Misterioso, Mestre Neguinho do Imbé, do Maracatu de Baque Solto Leão da Serra, Mestre Bi, do Maracatu Estrela Brilhante, e Mestre Caju, do Maracatu Leão de Ouro de Condado, todos acompanhados pelo terno do Maracatu Cambinda Brasileira.

Durante a solenidade, a Câmara do Recife concedeu uma placa honorífica a Manoelzinho Salustiano, filho de Mestre Salustiano e representante da família. O presidente da Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco, Aluísio Almeida, também recebeu uma placa comemorativa. Ambos discursaram na tribuna do plenário.

Manoelzinho Salustiano comemorou a consolidação do maracatu de baque solto como um dos elementos mais representativos da cultura local. “Meu pai estava certo quando, em 1989, ele cria a Associação dos Maracatus de Baque Solto, com 11 maracatus. E, hoje, são mais de cem grupos de maracatu em atividade”, afirmou. “Maracatu é vida. Maracatu é alegria. Maracatu é paixão. Maracatu é uma coisa que só quem sabe é quem vive. Eu duvido você entrar no maracatu e querer sair, porque é uma coisa que vai para o seu corpo tomar conta de você”.

Antes do encerramento da reunião, diversos maracatus foram homenageados com placas de homenagem. Na mesa de honra, além dos vereadores e dos homenageados que ocuparam a tribuna, estiveram presentes também a assessora técnica de Política Cultural da Secretaria de Cultura do Recife, Carmem Lélis, a cantora e coordenadora de Música da Secretaria de Cultura de Pernambuco, Isaar França, e o coordenador do escritório do Ministério da Cultura em Pernambuco, Feliciano Félix.

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Em 12.11.2024