Câmara concede Medalha à Orquestra Cidadã

Idealizada pelo juiz João José Targino, a Orquestra Criança Cidadã, em funcionamento desde 2006 no Coque e desde 2014 em Ipojuca, e gerida pela Associação Beneficente Criança Cidadã, tem por objetivo resgatar crianças carentes através da música. A primeira comunidade escolhida foi o Coque em virtude de ser um local muito violento e de menor Índice de Desenvolvimento Humano do Recife. A proposta da Medalha de Mérito José Mariano foi do ex-vereador Jadeval de Lima, reapresentada pelo vereador Eduardo Chera (PDT). Por motivo de doença foi representado pelo vereador Aderaldo Pinto (PSB).

O autor da proposta, Jadeval de Lima, em seu discurso ressaltou a importância de iniciativas como esta em um país com números assustadores em relação a crianças e adolescentes. A exemplo dos mais de 17 milhões com idade até 14 anos, dos quais 40% vivem em domicílios de baixa renda, e quase 6 milhões estão em extrema pobreza, especialmente no Norte e Nordeste. Tem mais. Cerca de 2 milhões entre 5 e 15 anos são vítimas de trabalho infantil, e mais de 12 mil casos de violência sexual são registrados. Em 2016 foram mais de 17 mil casos. “Essas crianças mostram que devemos ter esperança”.

O juiz João José Targino, um dos idealizadores do projeto disse que a Medalha recebida pertencia a todos que fazem a Orquestra Cidadã. Em seu discurso de agradecimento disse que falaria com a força do coração porque seres humanos são movidos  por estímulos e pelo reconhecimento. “Esta Medalha é um estímulo para que continuemos fazendo este trabalho de inclusão. Esta Orquestra nasceu de uma dívida de gratidão minha a esta cidade e Estado. Sou paraibano mas aqui tive todas as oportunidades que não tive lá. Não posso deixar de citar o talento dessas crianças. Nosso objetivo não é apenas ensinar música mas desenvolver caráter”.

Atualmente a Orquestra atende gratuitamente cerca d 360 jovens, dos quais 230 no Coque,  100 em Ipojuca e 30 em Igarassu. São jovens de 04 a 21 anos que recebem aulas de instrumentos de corda, percussão, teoria e percepção musical, flauta doce e canto coral, além de instrumentos de sopro como oboé, clarinete, trompa, fagote. Mas não é só isso. O programa também conta com apoio pedagógico, atendimento psicológico, médico e odontológico, aulas de inclusão digital, fornecimento de três refeições por dia e fardamento.

O método usado para ensino é o Suzuki, que prevê aprendizado de forma lúdica. A orquestra também garante a profissionalização dos alunos através da Escola de Formação de Luthier e Archetier, onde eles aprendem a arte da construção e reparo de instrumentos. Eles estudam durante 5 horas e entre as atividades extracurriculares podem fazer cursos em universidades e fazer intercâmbios para a Europa. A Orquestra já enviou alunos para a Polônia, Áustria, República Tcheca, Alemanha e México. Já recebeu mais de 20 prêmios.

 

Em 24/08/2017 às 17h33.

registrado em: aderaldo pinto