Ivan Moraes critica mudanças na Política Nacional de Atenção Básica

A portaria que estabelece alterações na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), apresentada pelo Governo Federal no dia 12 deste mês, foi criticada pelo vereador Ivan Moraes (PSol) na reunião ordinária desta quarta-feira (27). “A atual medida substitui o sistema de pagamento universal por habitante por outro que passa a ser subordinado ao cadastramento de usuário ao sistema”, explicou o parlamentar. Pelo que ainda está vigente, os municípios recebem um piso fixo por habitante e um variável por metas que venham a ser cumpridas. “Esse sistema garantia autonomia aos municípios e premiava quem perseguia bons resultados”, disse.

Diante da nova situação que se consolida com a nova portaria, Ivan Moraes repudiou o que ele mesmo chamou de “retenção dos direitos sociais por parte do Governo Federal” e fez uma provocação à Prefeitura do Recife: “A Prefeitura não sabia do corte radical que se impõe no financiamento da atenção básica à saúde para o próximo ano e agora como irá fazer? O Recife tem 20 núcleos de atenção básica das famílias e perderá o financiamento federal. Serão extintas as equipes multidisciplinares? E como ficarão os agentes de endemias? Será um corte muito forte”, afirmou.

O sistema proposto pelo Governo Federal, argumentou Ivan Moraes, prevê a remuneração apenas para cidadãos cadastrados ao sistema. “O argumento principal da campanha publicitária que apresenta o Previne Brasil diz que em tese esse sistema pode aprimorar as medidas de acompanhamento. Mas os cálculos contrariam o anúncio. A transição vai gerar um desfinanciamento comprometendo ainda mais o orçamento dos municípios e o funcionamento dos postos de saúde em todo o Brasil”, disse.

O Ministério da Saúde, ainda de acordo com o vereador, extinguiu o financiamento dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, equipe multiprofissional que apoiava as equipes de saúde da família, como psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e algumas especialidades médicas. “O sistema de remuneração variável, por metas, que complementa o orçamento mínimo por população cadastrada, denuncia os verdadeiros interesses por trás da medida. Ele é idêntico ao utilizado pelos planos de saúde que vêm propondo a reorganização do funcionamento dos planos no Brasil”, ressaltou.

Outra crítica que Ivan Moraes fez à portaria do Ministério da Saúde referiu-se à centralização nos cuidados médicos. “Há uma perda da atuação multiprofissional e da educação popular com a extinção dos núcleos de atenção, a não obrigatoriedade de equipes com Agentes Comunitários de Saúde e o fim dos recursos para agentes de controle de endemias”, esclareceu. O vereador disse que “é preciso repudiar este governo federal até que ele termine. Este governo precisa acabar, pois não está se preocupando com os direitos das pessoas”, argumentou.

Em aparte, o vereador Aerto Luna (PSB) parabenizou o discurso de Ivan Moraes e concordou com ele dizendo que “o atual governo está desmantelando o Sistema Único de Saúde, a assistência social e agora o atendimento básico à família”. Luna disse ainda que é “com pesar que venho constatar como o governo federal vem tratando os nossos munícipes e todo o povo brasileiro”, afirmou.


Em 27.11.2019, ás 17h39.

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