Polos de cultura nos bairros são tema de audiência pública
O objetivo da audiência pública foi apresentar a ideia de criação dos polos, colher sugestões e críticas, para aperfeiçoar um projeto de lei que o vereador pretende elaborar mais adiante. Estiveram presentes a secretária municipal de Cultura, Leda Alves; o presidente da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, Roberto Lessa; representante da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Édson Bezerra e o presidente da Federação Carnavalesca de Pernambuco, José Carlos Mendes. “Apresentei requerimento, na Câmara, no dia 18 de março, propondo a criação dos polos. Também conversei com o prefeito Geraldo Júlio e ele disse que apoia o projeto; então me orientou a conversar com representantes da Secretaria de Cultura e da Fundação, para discuti-lo juntos”, disse o vereador.
A audiência pública, segundo Wilton Brito, foi apenas a primeira reunião para colher ideias que podem compor o projeto de lei. “Tenho como finalidade fomentar a cultura recifense e pernambucana, vislumbrando a valorização de nossa população”, disse ele. Ele acredita que o funcionamento dos polos uma vez por mês, num final de semana, pode garantir lazer e entretenimento, movimentando a economia dos bairros. Também acha que poderá fortalecer o turismo. A proposta tem como espelho cidades como Salvador, São Luiz e Porto Seguro, onde as apresentações dos grupos culturais ocorrem durante todo o ano.
Ao falar na audiência pública, a secretária Leda Alves não se deteve na ideia do projeto. Ela preferiu teorizar sobre a cultura popular e arrematou dizendo que “a cidadania não é só gerar cultura, mas também é ajudar a retirar os documentos do artista”. Leda Alvez garantiu que a Prefeitura do Recife está a serviço da população para “cumprir um compromisso de vida e, entre os segmentos a serem atendidos, estão os grupos de cultura popular nos bairros. Cabe aos órgãos públicos proteger os fazedores de cultura”, observou. Acrescentou afirmando que está olhando “com interesse e cuidado a cultura nos bairros. Os artistas contam com a Prefeitura do Recife para discutir temas de seu interesse, mas não para dar a receita de caminho a seguir”.
O presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Roberto Lessa, disse que “é fundamental, ao elaborar um projeto ou programa, pensar na sua sustentablidade. É preciso fazer escolhas de prioridades, de financiamentos”, observou. Ele também deixou como sugestão que, ao ser elaborado, o projeto de lei leve em conta que a cidade não pode ser vista por temas estanques e separados, mas integrados. Enquanto os representantes da Prefeitura do Recife falaram subjetivamente, os outros componentes da mesa foram mais incisivos em relação à proposta dos polos de cultura.
José Carlos Mendes aplaudiu a ideia. “As agremiações carnavalescas só têm uma oportunidade no ano para se apresentar. Por isso, o projeto do vereador é importante. Através dele, as nossas agremiações poderão desfilar nas comunidades e estimular os mais jovens a seguir a nossa tradição”, afirmou. O representante da Fundaj, Édosn Bezerra, falou com entusiasmo: “Louvo a ideia e a iniciativa de se discutir um movimento como esse, de estimular a cultura nos bairros. Também é positiva a sugestão do projeto, de não depender somente dos recursos públicos, mas ancorá-lo nos recursos privados. Com isso, as empresas de bebida, rede hoteleira e todo trade turístico pode incentivar a execução desse projeto. Torço para que ele dê certo”, afirmou. Estiveram presentes os vereadores Romerinho Jatobá (PR) e Eriberto Rafael (PTC).
Em 12.04.2013, às 12h50.