É preciso fazer encontro dos preços de restaurante popular, diz Ivan Moraes

Com a pandemia de covid-19, o restaurante popular Josué de Castro deixou de oferecer serviços no salão do bairro de São José, além de outros itens previstos em contrato com a Prefeitura. "Por que, então, os preços cobrados ao Executivo pelos pratos distribuídos não diminuíram?" Esse questionamento foi levado à tribuna virtual da Câmara do Recife nesta terça-feira (9) pelo vereador Ivan Moraes (PSOL). De acordo com ele, é possível que haja necessidade de ajustar os valores cobrados pela empresa que administra o restaurante.

Ivan Moraes se pronunciou durante a discussão do requerimento nº 1300/2021, de autoria da vereadora Ana Lúcia (Republicanos), que concede voto de aplauso ao Josué de Castro pelos serviços prestados. O parlamentar afirmou que já entregou representações a órgãos de controle para que a regularidade dos preços seja averiguada.

“Eu não estou denunciando que o restaurante não está entregando refeição. O que estou dizendo é que o contrato previa mais de 30 itens de serviços e de práticas e que, com a pandemia, alguns desses itens deixaram de ser necessários”, disse. “Não é mais necessário gastar tanta água e energia elétrica, ter tantos funcionários, tantos uniformes, não precisa ter um outro prédio alugado – até porque, ao invés de dois restaurantes, está funcionando só um. Então, notadamente há indícios de que os preços pagos por cada refeição deveriam ser revistos”.

O vereador acrescentou que a Pastoral do Povo de Rua, missão da Igreja Católica dedicada a pessoas nessa situação,  constatou discrepâncias entre os alimentos oferecidos nos pratos entregues e aqueles que foram contratados pela Prefeitura. “Durante 45 dias, a Pastoral anotou cada item que era servido pelo restaurante. E, simplesmente, o contrato não estava sendo cumprido. Em 60% dos dias a proteína era frango desfiado”.

Já a vereadora Liana Cirne (PT) propôs a apresentação de um novo requerimento, desta vez apontando os problemas relatados. “O aplauso ao restaurante popular parece ser um consenso e é necessário reconhecermos a importância da segurança nutricional da população em situação de rua. Mas, diante de sua denúncia, que é muito grave, faço sugestão de que apresente um requerimento com indicação do que deve ser modificado e observado nesses contratos, e até mesmo indicação de rescisão contratual por justa causa”.

Em 09.03.2021