Alcides Cardoso lamenta veto ao projeto que trata do diagnóstico da dislexia a alunos da rede pública

O vereador Alcides Cardoso (DEM) lamentou o veto do Prefeito ao projeto nº 58/2013, de autoria da ex-vereadora Aline Mariano, que dispõe sobre a obrigatoriedade dos exames necessários ao diagnóstico da dislexia, para alunos do primeiro ano do ensino fundamental, na rede pública municipal de ensino. Em reunião Ordinária da Câmara do Recife, via videoconferência, já na tarde desta terça-feira (9), ele discutiu o assunto, antes da votação do veto que foi mantido pelo plenário.

“Como disse o vereador Ivan Moraes (PSOL), a gente se elege com vontade de fazer. Comprometemo-nos e, chegando aqui, nos decepcionamos. É revoltante”. O parlamentar também fez questão de parabenizar a vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) por confessar ter dislexia, doença que traz problemas na aprendizagem da leitura.

No aparte, o vereador Tadeu Calheiros (Podemos) enalteceu que o mérito da lei era muito importante. “Espero que  a atual legislatura tenha respostas mais rápidas quando se tratar de um projeto de lei de tamanha importância. Voto sim ao projeto. A dislexia é um impacto na vida da criança e de toda a sua família”.

A vereadora Liana Cirne citou que era professora de direito há 25 anos e que a matéria é defendida por tese de antecedente no Supremo Tribunal Federal. A decisão do Supremo, que teve como relator o Ministro Gilmar Mendes, fixou entendimento no sentido de reafirmar a jurisprudência da Corte, para dizer que não é inconstitucional lei municipal de iniciativa de vereador quando a matéria tratada não está inserida no rol taxativo previsto no art. 61, § 1º, II da Constituição Federal, cuja reprodução é obrigatória nas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais devido ao princípio da simetria, ainda que tais leis estabeleçam novas despesas para o município. “ Estamos falando de uma Tese firmada pelo STF, de um precedente fixado na mais alta Corte.  Embora crie despesa, não há margem decidida. Juridicamente, o STF é quem dá a última palavra”.

O vereador Luiz Eustáquio (PSB) entendeu que há uma necessidade de discutir as atribuições. Confessou que ficou extremamente tocado com o discurso de Cida Pedrosa e sugeriu que o projeto tivesse o veto retirado de pauta. “É necessário enxergarmos a legislação, Constituição e todas as vertentes do que pode e não pode ser feito. Fiquei muito, mas muito tocado com Cida Pedrosa. Entendo a realidade que ela trouxe para nós. A luta das pessoas e seus sofrimentos. Daqueles e daquelas que não têm a mesma condição e trazem para a gente a realidade. Pelo direito de quem mais precisa. Queria fazer uma sugestão ao líder do governo para retirar esse veto da pauta e que a gente melhore a lei. Quero contribuir com algo tão importante quanto essa questão da dislexia”.

Em 09.03.21